Como é a visita ao Castelo dos Mouros em Sintra Portugal

A visita ao Castelo dos Mouros é um dos principais passeios para se fazer em Sintra. A experiência desafia o físico, porque o castelo está no alto das montanhas, mas também recompensa os olhos com as belas paisagens,

Para os viajantes que se aventuram a conhecer esse tesouro de Sintra, há muitas coisas para saber antes de ir.

Mas segure a sua expectativa: vamos te dar todas as dicas sobre o Castelo dos Mouros nesse post, além de falar tudo que você precisa saber para aproveitar mais sua experiência no atrativo.

Vamos nessa?

Como chegar ao Castelo dos Mouros saindo de Sintra?

O Castelo dos Mouros está situado na Estrada da Pena, no topo de uma colina a cerca de 210 metros acima da cidade de Sintra. Saindo da cidade, existem duas maneiras para chegar até o Castelo dos Mouros:

A pé:

Do centro de Sintra para o Castelo dos Mouros, você pode seguir a pé. Existem três trilhas de caminhada que levam até o castelo, com diferentes níveis de dificuldade:

  • Caminho de Santa Maria – dificuldade fácil. Distância: 1.770 metros. Duração: 1 hora
  • Percurso de Seteais – dificuldade elevada. Distância: 2.410 metros. Duração: 1:30h
  • Caminho Vila Sassetti – e um de dificuldade moderada. Distância: 1.850 metros Duração: 45 minutos

Portanto, é possível chegar ao castelo a pé, mas eu diria para fazer isso somente se você realmente ama caminhadas e tem bom condicionamento físico.

Na visita ao castelo dos mouros já há diversos degraus, subidas e descidas que são desafiadoras por si. A trilha seria um desafio a mais.

De ônibus:

A maneira mais recomendada e prática para chegar ao castelo dos mouros é usar o ônibus turístico 434, que funciona no sistema de hop on hop off, e faz um trajeto circular e unidirecional pela serra de Sintra.

Ele sai ao lado da estação de trem de Sintra, passa pelo centro de Sintra e segue para o Castelo dos Mouros, Palácio da Pena e retorna pelo centro de Sintra para fechar o circuito na estação.

Até o castelo dos mouros, o trajeto dura 15 minutos, aproximadamente. O bilhete custa €13,50 e você pode comprar online (bem como ver os horários) no site da empresa que opera, a ScottUrb.

E anote essa dica: se depois de visitar o Castelo dos Mouros você quiser visitar o Palácio da Pena, você pode seguir pela estrada numa caminhada de 10 minutos, ou esperar o próximo ônibus.

Ou melhor ainda: você pode pegar o ônibus 434 e seguir direto para o Palácio da Pena, pois ele costuma receber mais gente e ficar mais cheio ao longo do dia.

Lembre que a visita ao Palácio da Pena acontece somente com compra de ingresso antecipada, e agendamento de horário da visita! Reserve seu ingresso aqui e lembre que entre a entrada e o ponto de checagem dos bilhetes, tem uma caminhada de 30 minutos. Se programe!

Depois da visita ao Palácio da Pena, caminhe para o Castelo dos Mouros para fazer sua visita por lá também.

Na hora de voltar ao centro, pegue o ônibus 434 no Castelo dos Mouros e siga com ele por todo o restante do trajeto até o centro de Sintra.

De carro:

Quando visitamos o Castelo dos Mouros, conseguimos chegar lá usando nosso carro alugado. Mas desde 2019, o trânsito de veículos privados está proibido na Estrada de Sintra.

Como chegar ao Castelo dos Mouros saindo de Lisboa?

Como Sintra é uma das cidades mais próximas a Lisboa, muita gente decide fazer um passeio bate e volta para Sintra, e com isso visitar o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena em um passeio de um dia.

Para fazer isso por conta própria, você deve pegar um trem em Lisboa rumo a Sintra. A partir da estação Rossio, são aproximadamente 40 minutos de viagem. A partir da estação Oriente, são cerca de 50 minutos.

Quando chegar em Sintra, basta pegar o ônibus 434, como explicamos acima quando falamos sobre chegar ao Castelo dos Mouros de ônibus.

Onde se hospedar em Sintra: 4 hotéis que valem a pena

Ingresso para o Castelo dos Mouros

Ao desembarcar na portaria do Castelo dos Mouros, há uma bilheteria onde você pode adquirir ingressos para explorar o monumento. O custo do bilhete é de €12.

Fique atento: menores de 17 anos e maiores de 65 tem direito a desconto, e menores de 6 anos não pagam – leve documento de comprovação.

O problema de comprar o ingresso na bilheteria é a fila. Especialmente se for alta temporada, você vai perder muito tempo ali.

O mais recomendado é comprar seu ingresso antecipado. Os ingressos são vendidos pelos Parque de Sintra e nesse site você pode comprar antecipado pelo mesmo preço da bilheteria, só que pagando em real.

O ingresso é online (você recebe direto no email e recomendo deixar o voucher salvo no celular para apresentar na bilheteria).

Horário de funcionamento do Castelo dos Mouros

O horário de funcionamento do Castelo dos Mouros varia um pouco ao longo do ano. Na temporada primavera-verão é das 9:30h às 20h, e na temporada outono-inverno, das 10h às 18h.

Em ambos os casos, a última admissão é uma hora antes do horário de fechamento do monumento.

Normalmente, os visitantes levam cerca de 1h a 1:30h para completar a visita ao Castelo dos Mouros.

Vai viajar para a Europa e ainda não fez o seu seguro viagem?

Seguro viagem é essencial para uma viagem internacional! Faça uma cotação gratuita agora e aproveite o desconto com o cupom FUISERVIAJANTE!

>> Clique para fazer uma COTAÇÃO GRATUITA <<

História do Castelo dos Mouros em Sintra

Sintra é uma das cidades mais encantadoras de Portugal. A cidade combina história com cenários deslumbrantes. Confesso que foi um dos meus destinos favoritos em Portugal.

E entre os pontos turísticos de Sintra, há um que se destaca imponente no alto das montanhas que circundam a cidade: as ruínas do Castelo dos Mouros.

Construído no século X, está encravado em um dos cumes das montanhas de Sintra, como um testemunho da ocupação muçulmana na Península Ibérica.

Sua função era de observação dos arredores. Lá de cima, se via muito bem a vila de Sintra e ainda mais longe, até o mar, controlando até o acesso marítimo da cidade de Lisboa.

Os muçulmanos habitaram essa região até 1147, quando Sintra foi entregue a D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal. Com isso, ali se instalou uma vila medieval e a primeira igreja cristã de Sintra.

A ocupação permaneceu até o século XV, quando os conflitos começaram a diminuir e não era mais preciso viver dentro de uma fortaleza,

A estrutura funcionava como parte do sistema de defesa da cidade, mas por sua localização tão privilegiada e difícil acesso, o castelo nunca vivenciou uma única batalha.

Ao longo do século XIX, D. Fernando II realizou diversas reformas, que danificaram diversas estruturas e levaram a construção de novas.

O Castelo de Sintra se tornou objeto de estudos e escavações a partir de 1976, levando a mais entendimento sobre sua história, e dos povos que o habitaram.

Em 1995, a Paisagem Cultural de Sintra foi declarada pela Unesco como Património Mundial da Humanidade, sendo que o Castelo de Sintra é um dos elemento fundamentais do conjunto.

A gestão do monumento hoje é realizada pelos Parques de Sintra (que gerencia toda a região da serra de Sintra, e também o Palácio da Pena.

Nos dias de hoje, podemos serpentear pelas montanhas enquanto percorremos as muralhas que restaram do castelo, enquanto apreciamos vistas panorâmicas para a beleza natural da área.

Visita ao Castelo dos Mouros em Sintra: nossa experiência

Explorar o Castelo dos Mouros é como viajar de volta no tempo. À medida que percorremos as antigas muralhas e torres, podemos imaginar um pouco de como era dentro da fortaleza durante os tempos medievais.

Primeiro, é impossível não se impressionar com a grandiosidade do lugar. As muralhas serpenteiam pela montanha. Para onde você olhe, há castelo. Ele domina a paisagem.

Castelo dos Mouros, Sintra Portugal

Quando caminhamos pelas partes mais baixas, os olhos são atraídos pelas torres mais altas. Mas também pela natureza ao redor. Toda a serra de Sintra é de uma beleza muito encantadora, daquelas que são se ignora fácil.

À medida que vamos subindo os degraus e chegando mais e mais na parte de cima da fortaleza, a paisagem se revela ainda mais encantadora. Em dias de céu limpo, é possível ver a vila de Sintra, e muito mais terra, até chegar ao mar.

Caminhar pelas muralhas fortificadas do Castelo dos Mouros é uma experiência física também. Os degraus altos e irregulares exigem atenção e disposição.

Em diversos pontos, há placas que explicam a história de cada uma das partes do castelo, e suas antigas funções. Alguns dos lugares mais interessantes são:

Segunda cintura de muralhas

Foi o primeiro contato que tivemos com o castelo dos mouros, pois na entrada pegamos um caminho pela mata, um pequeno pedaço de trilha até chegar ao castelo de fato, e com isso passamos bem ao lado da segunda cinta de muralhas.

A construção é posterior à época dos muçulmanos. Foi construída pela Ordem dos Templários, para quem D. Afonso Henriques entregou a gestão da vila de Sintra em 1154.

A ideia de construir a segunda muralha veio na intenção de aumentar a defesa do castelo, e assim proteger, o povo, os animais e as colheitas dentro do território do castelo.

Silos

Os próximos vestígios do passado que encontramos foram os silos escavados nas rochas. Essas depressões escavadas no solo rochoso, de diferentes profundidades, contam um pouco sobre o modo de vida dentro do castelo.

As estruturas podem ser vistas dentro e fora da fortificação.

Os silos eram usados como espaço de armazenamento de cereais e de leguminosas, uma prática que foi trazida para a península ibérica pelos povos muçulmanos.

Bairro Islâmico e necrópole cristã

Apesar de hoje estar completamente em ruínas, o bairro islâmico ainda conta muita história. Ali foram identificados alicerces de casas, silos e até um forno comunitário.

Por aqui foi realizado um intenso trabalho de escavações arqueológicas, tentando entender a vida da população muçulmana que habitava o castelo antes do domínio cristão.

Após a conquista de D. Afonso Henriques, e a fixação de populações cristãs no antigo castelo, o Bairro Islâmico foi desaparecendo.

O espaço foi ocupado por uma necrópole cristã, para servir à Igreja de São Pedro de Canaferrim. Nela, foram encontradas sepulturas contendo mais do que um indivíduo (adultos, crianças e adolescentes no mesmo espaço).

Igreja de São Pedro de Canaferrim

Construída com pedra, é uma estrutura do século XII, erguida já sob o domínio cristão de D. Afonso Henriques. Foi a primeira igreja paroquial de Sintra e permaneceu como local de culto até o século XIV.

A antiga Igreja de São Pedro de Canaferrim foi convertida em Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros, onde são exibidos os objetos recolhidos nas escavações arqueológicas do castelo, realizadas entre 2009 e 2013.

Túmulo

D. Fernando II realizou obras nessa região ao longo do século XIX, as quais danificaram parte da necrópole cristã implantada ao redor da igreja.

Por isso, foi construído um túmulo para sepultar as ossadas que foram recolhidas.

Neste túmulo de pedra, foram gravados um crescente lunar, uma cruz e também o epitáfio «O que o Homem juntou, só Deus poderá separar», por não se saber se se tratava de restos humanos cristãos ou muçulmanos.

Antigas cavalariças

Não se sabe exatamente a função dessas ruínas, e a aposta mais acreditada é que sejam cavalariças, que depois serviram como espaço para criar animais domésticos.

Há vários silos no entorno, indicando que são estruturas da época muçulmana.

Cisterna

Essa era uma estrutura essencial para manter a população dentro do castelo dos mouros abastecida, caso houvesse um cerco ao castelo.

A cisterna tinha capacidade de cerca de 600m3 e contava com duas chaminés de ventilação em seu teto abobadado. Há indicações que foi construída no século XIII.

Praça de Armas

Essa é a área mais ampla do castelo, e nesse ponto temos uma visão privilegiada para entender a estrutura monumental do castelo dos mouros.

Esse lugar era usado para concentração da guarnição militar. Com as reformas realizadas por D. Fernando II ao longo do séc. XIX, a antiga praça de armas foi transformado em um local de repouso e contemplação.

E foi justamente aqui que minha mãe decidiu interromper a visita dela e descansar um pouco. Por isso falo que, dependendo do seu condicionamento físico, pode ser uma visita bem cansativa.

Alcáçova

Como parte da Torre de Menagem, localizada numa das partes mais altas do castelo, funcionou como residêcia para as autoridades locais. É um dos pontos do castelo dos mouros que podem ser vistos desde muito longe.

Torre Real

Eu amei esse lugar. Tanto pela vista espetacular quanto pela sua história.

Esse foi o lugar escolhido por D. Fernando II como seu refúgio.

Dali, ele tinha uma vista privilegiada para o Palácio da Pena, e usou seu talento artístico e a inspiração da paisagem para realizar pinturas, que lhe renderam o cognome de Rei-Artista.

Porta da Traição

Uma porta praticamente escondida no setor mais acidentado e menos visitado do Castelo dos Mouros.

A função desta porta era comunicar o castelo dos mouros com o exterior, para ser usada em caso alguém precisar fazer uma escapada discreta do castelo, ou mesmo para fuga em casos de batalha.

E como qualquer porta, pode ser acessada por dois lados. Por isso o nome “porta da traição”: era bem capaz que alguém revelasse esse caminho ao inimigo e permitisse sua entrada no castelo.

Vale a pena visitar o Castelo dos Mouros?

Para mim, que sou apaixonada por história antiga, estar naquele lugar foi um marco na viagem a Portugal. E para completar, tem a vista! Espetacular.

Subir em um dos 5 torreões do Castelo dos Mouros e ver o mundo lá de cima é algo até difícil de descrever.

Até porque a experiência vai te deixar um pouco sem fôlego. Preciso te afirmar de novo que a visita exige um pouco do físico. Nada muito desesperador, mas ainda assim um esforço considerável.

Ao deixar o castelo, estava muito satisfeita de ter incluído aquele lugar incrível no meu roteiro em Portugal. Valeu a pena demais!

Outros castelos para conhecer em Portugal

Em Portugal, os castelos representam construções fortificadas, que em sua maioria foram construídos durante a Idade Média, sendo essenciais para atividades de defesa e vigilância.

Estas estruturas, estrategicamente posicionadas em pontos altos, são caracterizadas por suas imponentes muralhas e torres, projetadas para proteger seus ocupantes e territórios de invasões.

É o caso do Castelo dos Mouros e de alguns outros castelos em Portugal, como:

  • Castelo de São Jorge (Lisboa)
  • Castelo de Óbidos (Óbidos)
  • Castelo de Guimarães (Guimarães)
  • Castelo de Palmela (Palmela)
  • Castelo de Almourol (Vila Nova da Barquinha)
  • Castelo de Santa Maria da Feira (Santa Maria da Feira)
  • Castelo de Belmonte (Belmonte)
  • Castelo de Penedono (Penedono)
  • Castelo de Leiria (Leiria)

Uma coisa que confunde muitas pessoas que visitam Portugal é a diferença entre castelos, de função prioritariamente de defesa e segurança, e palácios, muito mais usados como residências aristocráticas.

Em Portuga, palácios eram construídos para serem símbolos de opulência e luxo, destinados à residência da nobreza e à exibição de poder.

Por isso, quando visitar Portugal, não confunda castelos e palácios! Entre os mais belos palácios de Portugal, você pode conhecer:

  • Palácio da Pena (Sintra)
  • Palácio Nacional de Sintra (Sintra)
  • Palácio Nacional de Queluz (Queluz)
  • Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa)
  • Palácio de Monserrate (Sintra)
  • entre muitos outros.

Continue planejando sua viagem a Portugal

Confira outros posts sobre Portugal que temos publicado no blog:

Resolva sua viagem

Queremos que você saiba: esse post pode conter links de afiliados. Isso quer dizer que, ao clicar e fazer sua reserva a partir desses links, nós recebemos uma pequena comissão por sua reserva. É uma forma de você apoiar nosso trabalho (sem pagar nada a mais por isso). Por isso, muito obrigado!

Para saber mais sobre nosso trabalho e conhecer nossos parceiros, consulte a política do blog.

Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *