The Maze, o labirinto mágico no Rio de Janeiro: como é a visita
O Rio de Janeiro tem uma série de atrações de natureza, que encantam o mundo inteiro. Mas a cidade vai além: você logo que vai perceber que as atrações culturais do Rio de Janeiro também rendem ótimos passeios.
Um bom exemplo é o The Maze no Rio de Janeiro. Em tradução do inglês, The Maze significa “O Labirinto”.
E depois que visitamos, entendemos completamente o porquê do nome e passamos a chamar o The Maze, carinhosamente, de “labirinto mágico do Rio de Janeiro“.
Se você gosta de arte, e é um viajante que pretende experimentar um Rio de Janeiro além dos pontos turísticos clássicos, incluir o The Maze no roteiro de viagem pelo Rio de Janeiro tem tudo a ver com você.
Neste post, vamos te contar qual a história do The Maze, te contar como chegar e o que explorar por lá. Vamos nessa?
Quer viver um Rio de Janeiro além do óbvio? Descubra experiências autenticamente cariocas em 10 bairros fora do circuito turístico tradicional.
Conheça o ebook Pelas Esquinas do Rio
Conheça a história: quem criou o “The Maze”?
A história do The Maze começa em 1981, quando o músico e artista plástico britânico Bob Nadkarni chega ao Rio de Janeiro, como correspondente da CNN no Brasil.
Bob já tinha viajado o mundo – e participado de projetos famosos, como no filme ‘2001, uma Odisseia no Espaço’ (1968, de Stanley Kubrick), no qual Bob fez a construção das naves (seu nome aparece nos créditos).
.
Ainda não tem hospedagem no Rio de Janeiro?
Veja as ofertas da semana no Booking.com
.
Mas foi ao chegar ao Rio, mais precisamente na comunidade Tavares Bastos, no Bairro do Catete (zona sul do Rio), que ele se apaixonou pela Cidade Maravilhosa.
O olhar de Bob, tão acostumado a belezas cinematográficas, se rendeu aos encantos e curvas da Baía de Guanabara e Pão de Açúcar.
A paixão foi tamanha que ele decidiu comprar uma casa na comunidade e fixar residência na Tavares Bastos. Ele instalou seu ateliê de pinturas, mas junto com a nova residência, veio um sonho:
Bob dizia que já tinha viajando o mundo inteiro, e agora ele queria que o mundo inteiro viajasse para encontrar ele ali.
Junto com o arquiteto carioca Sérgio Bernardes, deu formas de concreto ao seu sonho: começou a ampliar sua residência, construindo caminhos labirínticos, e a revestir a casa com mosaicos multi-coloridos.
Bob começou a receber hóspedes na casa (alguns outros correspondentes internacionais, ou outros viajantes. Alguns vinham ficar alguns dias, e ficavam anos.
Dentre os hóspedes, muitos contribuíram com os mosaicos. Mesmo aqueles que nunca tinham trabalhado com artes ou mosaicos, Bob os ensinava e cada um deixava sua contribuição.
Por isso, de certa forma, o The Maze é também uma torre de Babel. Vários dos mosaicos são desenhos que representam as nacionalidades dos viajantes, seus povos e culturas.
Outro símbolo da casa são os gatos. Estão por todo o The Maze e também já foram retratadas em mosaicos, de tão emblemáticos para o local.
O labirinto do The Maze foi ampliando suas formas e sua fama. As linhas orgânicas davam fluidez ao concreto, e combinavam com a paisagem das curvas da Baía de Guanabara.
As várias portinhas e entradas confundiam quem visitava pela primeira vez, a casa cada vez mais se parecia a um labirinto multi-colorido, com novos mosaicos sendo sempre acrescentados às paredes de cimento.
Não demorou a verem alguma semelhança entre o que estava sendo feito no The Maze com o trabalho de Gaudí, na Espanha. O The Maze seria uma espécie de Parque Guell do Rio de Janeiro.
Mas o Bob sempre disse que não: para ele, o The Maze sempre foi inspirado nas curvas e cores do Rio de Janeiro.
Bob também era músico, e isso também se fazia presente no dia a dia do The Maze. Nas noites de Jazz, que aconteciam toda primeira sexta-feira do mês, o próprio Bob participava como vocalista.
A casa chegava a receber mais de 500 pessoas por noite de show. Celebridades do mundo inteiro foram vistas pelas varandas do The Maze, como Sylvester Stallone e Edward Norton.
Um lugar mágico, onde os quadros de Bob, sua música e sua arte se mostravam para o mundo, tudo com o brinde de uma vista privilegiada da Baía de Guanabara.
A casa foi fechada em 2019, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, durante o governo de Marcelo Crivella, por conta de um laudo da Defesa Civil que apontava possível risco de desabamento. Bob chegou a ser despejado.
Depois de alguns anos fechada, foram feitas novas vistorias e a casa foi liberada para reabertura em 2022, no governo de Eduardo Paes. Na época, Bob vendia seus quadros para financiar as obras de reabertura.
A realização de eventos não pode ser imediatamente retomada, mas visitas e hospedagem estavam de novo liberados ao público.
O ano de 2023 também foi o ano que o criador do The Maze faleceu. Bob se foi em 17/04/2023, depois de viver 80 anos, sendo os últimos 40 dedicados ao The Maze.
O artista se foi, mas seu legado continua. O The Maze continua recebendo viajantes que se instalam nos quartos e contribuem com Torre de Babel do The Maze, deixando seus mosaicos nas paredes.
O The Maze sempre foi, e segue sendo é uma obra de arte em constante evolução. Mais um lugar que é a cara do Rio de Janeiro.
The Maze no cinema
Em 1997, o cineasta Luiz Eduardo Lerina lançou o documentário “Dois Mundos”, que retrata a vida de Bob Nadkarni no The Maze.
Naquele ano, o filme foi exibido no Brasil e no exterior, e chegou a ganhar o primeiro prêmio no Festival de Vídeo Brasilidade, patrocinado pelo Instituto Goethe, do Rio de Janeiro.
Alguns artistas, como Snoop Dogg e Pharrell Williams, também chegaram a gravar clipes no local, além de vários editoriais de moda que foram clicados no The Maze.
Onde fica o The Maze? Como chegar?
O The Maze no Rio de Janeiro está localizado no bairro do Catete, na comunidade de Tavares Bastos. O endereço é Rua Tavares Bastos, 414 – Casa 66.
O endereço é uma viela dentro da comuniade, por isso o carro não chega até a porta. Mas não se preocupe, pois a Tavares bastos é uma comunidade pacífica e chegar ao The Maze é fácil e tranquilo.
Para chegar ao The Maze, você pode optar por ir de transporte público ou com carro de aplicativo / táxi, e vamos te explicar direitinho como fazer de cada um dos jeitos. Confira:
Para ir ao The Maze com transporte público
Para chegar ao The Maze com transporte público, se você optar pelo metrô, desembarque na Estação de Metrô Catete. Desembarque pelo acesso A (Rua do Catete).
Contorne a saída da Estação e volte pela mesma calçada até a esquina da rua Correa Dutra. Ande por essa rua até a esquina com a Bento Lisboa. De lá, você já pode ver o início da rua Tavares Bastos. Vá até lá.
Se vier de ônibus:
- para quem vem da Barra ou zona sul: desembarque na rua do Catete, desça um ponto depois do Largo do Machado e siga até a Correa Dutra como explicado acima
- se vier da zona norte, desembarque no segundo ponto da rua Bento Lisboa, daí volte alguns metros a pé até o início da rua Tavares Bastos.
Na esquina, bem no comecinho da rua Tavares Bastos, fica uma padaria. Ali fica o ponto das vans que fazem o transporte complementar para te levar até o topo da rua Tavares Bastos.
Você pode pagar com dinheiro (R$4,00), pix ou usando seu cartão RioCard.
Dá pra subir a pé? Sim. Mas é uma baita subida e a gente não recomenda.
Quando a gente entrou na van, o pessoal já perguntou se a gente estava indo ao The Maze. Mas não tem erro, você vai seguir com a van até o ponto final.
A van estaciona numa esquina. Ao desembarcar, você deve continuar subindo a mesma rua Tavares Bastos só mais um pouquinho. Você vai ver um portão de ferro no final da rua, mas você não vai chegar até lá.
Desceu da van, siga pela rua Tavares Bastos somente até encontrar a primeira viela, à sua direita. Entre nela e siga caminhando.
Você vai andar uns 5 minutos, até chegar na porta do The Maze. No caminho, há várias placas indicando o caminho.
É muito improvável que você se perca, e de toda forma todo mundo na Tavares Bastos sabe da atração e poderia te ajudar.
Recentemente, alguns moradores passaram a oferecer o serviço de guia, para ajudar as pessoas a chegarem ao The Maze, e fazerem uma renda extra. Fica a seu critério, mas sempre combine o valor antes para não ter surpresas.
Como ir ao The Maze com carro de aplicativo / táxi
Para ir ao The Maze de táxi / carro de aplicativo, coloque como estino final: Rua Tavares Bastos, 414. Voce vai chegar no mesmo lugar que a kombi.
Daí, basta seguir as instruções que demos acima. Encontre a primeira viela a sua direita, e siga por ela durante 5 minutos, até a entrada do The Maze.
Como é a visita ao The Maze: o que ver e fazer por lá
A visita ao The Maze acontece às quartas e quintas (12h-18h), e de sexta a domingo (12h às 22h). A entrada custa (R$15, em 2023).
Ao chegar ao The Maze, você sobe uma escada e logo encontra uma mesinha que funciona como recepção, onde você paga a taxa de visitação para ter acesso ao labirinto.
Ali recebemos o convite para fazer uma visita guiada pelo The Maze, sem custos adicionais. E vale muito a pena, viu? Foi uma experiência incrível.
Fomos caminhando pela casa enquanto nos explicavam a história do Bob, da casa, e de cada mosaico que existe no The Maze. Cada detalhe!
Fomos vendo as obras e aprendendo sobre as histórias dos viajantes que contribuíram com seus mosaicos, deixando suas marcas no The Maze.
Teve turista que veio ficar alguns dias e permaneceu na casa por anos, casou e passou a ser vizinho do The Maze, acreditam?
Depois da visita guiada, ficamos livres para explorar o The Maze por conta própria. Foi aqui que aproveitamos para fazer várias fotos, e nos “perder” pelo labirinto.
O The Maze não é assim tão grande, mas ao caminhar por lá pela primeira vez, a gente tem mesmo essa sensação de: será que é mesmo por aqui?
No local também é possível comprar quadros originais do Bob Nadkarni que seguem a venda na casa que ele sonhou e construiu.
E tomar uma cervejinha ou água, pois um pequeno barzinho fica em funcionamento também. Também há alguns jogos disponíveis (usados pelo pessoal do hostel ou visitantes) e quadros do Bob nas paredes.
Dá pra aproveitar as tomadas da casa para carregar o celular, enquanto a gente relaxa em um dos bancos da varanda, apreciando a cerveja e a vista espetacular.
Em alguns dias do mês, o The Maze voltou a sediar eventos, como noites de jazz. A programação está sempre disponível no Instagram The Maze, e fique atento: em dias de evento as visitas costumam encerrar um pouco mais cedo.
Você também pode acessar o instagram para saber o valor dos ingressos e comprar o seu antecipado (eles podem esgotar rapidamente).
No total, ficamos cerca de 1h e meia na casa, entre a visita guiada, nossa visita livre para fotos e a cerveja na varanda.
Se você preferir, o cardápio também tem alguns drinks e outras bebidas, que você pode pedir e consumir nas varandas, apreciando a vista! É muito agradável!
Depois da visita ao The Maze, voltamos pela viela e pegamos a van de volta. Do ponto de desembarque, pedimos um Uber para casa e fechamos o passeio.
Visita ao The Maze: Vale a pena?
Em resumo, o The Maze é mais do que uma atração turística; é uma experiência cultural imersiva que captura a essência multi-cultural (e multi-colorida) do Rio de Janeiro.
A gente gostou muito da visita. o The Maze representa muito da alma do Rio de Janeiro, uma cidade alegre e que recebe pessoas de todas as partes. E quem tem esse efeito nas pessoas: você chega e não quer mais ir embora.
Aproveite sua visita para garantir várias fotos, em todas as partes. O lugar é muito fotogênico! E não deixe de curtir sua cerveja com vista deslumbrante do terraço para fechar a experiência no Rio de Janeiro com chave de ouro.
Saiba mais no site oficial do The Maze Rio.
Resolva sua viagem
Queremos que você saiba: esse post pode conter links de afiliados. Isso quer dizer que, ao clicar e fazer sua reserva a partir desses links, nós recebemos uma pequena comissão por sua reserva. É uma forma de você apoiar nosso trabalho (sem pagar nada a mais por isso). Por isso, muito obrigado!
Para saber mais sobre nosso trabalho e conhecer nossos parceiros, consulte a política do blog.
