Barranco, em Lima: o bairro das cores, arte e boemia
Barranco, em Lima, é um dos distritos mais tradicionais da cidade e um dos mais charmosos também.
Por lá, encontrei uma mistura gostosa de arte e boemia pelas ruas. Música e artistas locais espalhados por todo canto, o que me deixou com aquele sentimento de ‘encanto à primeira vista’.
Ao mesmo tempo, Barranco tem um ar decadente, em casas velhas e velhas histórias, o que deixa a atmosfera ainda mais poética por ali. Como adoro esse clima ‘antigo e meio abandonado’ para fotografia, me senti no paraíso.
Cada cantinho tinha um detalhe que merecia um click. Casas antigas, igrejas com telhados povoados por pássaros negros, cores desbotadas nas paredes.
Para completar o pacote, o distrito de Barranco, em Lima, oferece uma das mais belas vista do Oceano Pacífico na cidade. Toda a cidade de Lima está construída no topo de uma encosta com vista para o Oceano Pacífico.
A altura foi proposital, como proteção dos eventuais tsunamis no oceano. Lá em Barranco, a vista para o mar é uma das mais poéticas, com um mirador repleto de namorados e artistas.
Também é um dos poucos locais na cidade com acesso até a beira-mar, por meio de uma passarela que nos leva até a beirinha das águas geladas do Pacífico.
Barranco também é conhecido por ser um dos melhores pólos gastronômicos de Lima, e esse também foi um dos grandes atrativos pra gente. Seguimos pra lá depois de visitar o Museu Larco, em Pueblo Libre, com a hora do almoço já se aproximando.
Como o museu fica bem distante do distrito de Barranco, pedimos um Uber. A corrida custou 20 soles no total. Era hora de começar a explorar o distrito da boemia em Lima!
Barranco, em Lima: o que ver e fazer no bairro boêmio
Barranco é um bairro cheio de paradoxos. Ao mesmo tempo que tem a animação dos artistas, tem o ar poético de um bairro que quase parou no tempo.
Cores, cores, muitas cores por todo lado. A animação dos músicos e artistas de rua colocam vida no cenário que passa por casas com aspecto abandonado e uma igrejinha pitoresca, repleta de pombos que tomaram conta de cada cantinho do telhado.
Romântico? Poético? Decadente? Acho que a decisão final vai depender de você. Eu achei o Distrito de Barranco, em Lima, um pouco de tudo isso.
E isso é exatamente o tipo de lugar diferente e inusitado, que eu sempre procuro conhecer numa cidade.
Dá pra turistar lá por um dia inteiro, ou por meio dia, de acordo com seu cronograma e sua vontade de explorar.
Chegamos um pouco antes da hora do almoço, mas seguramos a fome um pouquinho, para primeiro visitar uma das atrações que eu mais sonhava conhecer em Lima: o Museu Mario Testino – MATE, que não decepcionou em nada a minha expectativa.
O museu que conta detalhes da vida e do trabalho do fotógrafo de celebridades Mario Testino é incrível para quem é fã de fotografia.
Também dá a oportunidade de conhecer um pouco mais do trabalho de Mario voltado para a cultura peruana. Foi, com certeza, o museu que mais gostamos de visitar em Lima.
Onde comer no Distrito de Barranco, em Lima
Alguns dos melhores restaurantes de Lima ficam em Barranco – e algumas das maiores filas também.
Para conseguir uma mesa nos restaurantes mais concorridos, como o La 73 Paradero Gourmet, o Ayahuasca Resto Bar e o Cala Restaurante é preciso chegar bem cedo ou tentar uma reserva.
Como não fizemos nem uma coisa nem outra, rodamos um pouco até encontrar um restaurante com pouca fila, por conta da nossa fome.
Acabamos almoçando no Tio Mario, um restaurante bem típico de Barranco. Embora seja um dos Top10 restaurantes do distrito, segundo o Trip Advisor, estava sem nenhuma fila na hora que passamos. Sorte a nossa 🙂
Queríamos pratos bem tradicionais, e foi exatamente o que encontramos no restaurante. Anota o nome dos pratos típicos peruanos:
De entrada pedimos Palta a la Reina (18 soles), um abacate recheado com frango e uma maionese de legumes – diferente mas saboroso.
De prato principal, Rafa pediu Choncholi com papas e choclo (25 soles), que basicamente são as tripas do intestino delgado de boi, acompanhadas de batatas e milho branco.
Eu pedi tacu-tacu com lomo saltado (28 soles), o equivalente ao feijão com arroz peruano, com iscas de filé. Para beber, também fomos de tradicional peruano.
Pedimos Chicha Morada, o refresco preparado com milho roxo (maiz morado), que custou 18 soles a jarra de 1L. Embora bem simples, a comida estava bem saborosa e a experiência com a cozinha tradicional peruana custou 96 soles no total.
Principais pontos turísticos para visitar no distrito de Barranco, em Lima
Barranco tem detalhes em todos os cantos, e caminhar pelo bairro vai revelando suas belezas e cores. Já tínhamos visitado o Museu MATE, a minha atração favorita no bairro.
Saindo do Restaurante Tio Mario, passamos pela Igreja Santísima Cruz, a principal do distrito de Barranco.
Seguimos nosso passeio pela área verde do Parque Húsares de Junín, com seus bonitos jardins que atraem tanto os locais quanto os turistas.
No meio do parque, encontramos a Puente de los Suspiros. Construída em 1876, essa ponte carrega muito da história e da beleza do distrito de Barranco.
Todo o dia, o movimento de turistas pela ponte não para: um dos lugares mais movimentados de Barranco.
Ao atravessar a ponte, chegamos na Praça Chabuca Granda. Um espaço repleto de vendedores ambulantes e seus artesanatos.
Na frente da praça, está a charmosinha Igreja La Ermita. A igreja estava fechada e tinha um ar poético de atmosfera abandonada, com uma enorme população de pássaros negros habitando as torres e o telhado.
Andei sem fim pelas ruas, sem procurar nada além das belezas do distrito de Barranco, em Lima.
Parei inúmeras vezes para registrar fotos de texturas e cenários. Portas e varandas de casarões antigos, pisos de ladrilhos, tudo que eu achava fotogênico.
Seguimos até o mirante que fica atrás da Igreja, que tem uma linda vista do Pacífico, mas é bem pouco conservado. Mais um lugar onde impera a beleza decadente de Barranco.
Músicos vieram oferecer uma canção aos namorados, para combinar com a bela vista (por uma pequena gorjeta, claro).
E enfim chegou a hora do nosso reencontro com o Oceano Pacífico!
Caminhamos pela Bajada de Baños, o caminho que nos leva ‘Barranco’ abaixo. Passamos por mais artistas e restaurantes, até que cruzamos uma passarela que nos leva até a Playa Barranco.
Um cenário bucólico de uma praia de pedras negras e mar gelado do Oceano Pacífico. Chegamos perto do mar, com um aviso de que o mergulho era proibido.
As profundezas das águas da Playa Barranco escondem os restos do que parecia ter sido um pier, que hoje não existe mais. Vez ou outra, o movimento das ondas deixava aparecer algumas ‘estacas’ pontiagudas, escondendo o perigo no fundo do mar.
Eu sou completamente encantada pela força do Pacífico, então passei um tempo enorme ali, sem me preocupar com o relógio.
Vi famílias que brincavam, os namorados que passavam… Fui até o mar molhar os dedos na água gelada, minha tradição toda vez que encontro esse oceano poderoso.
O Pacífico sempre me impressiona. Mesmo a praia de Barranco, que os brasileiros costumam dizer que não é bonita, com suas pedras escuras no céu cinza de Lima, me encantou com sua poesia e bucolismo.
Tanto que decidi voltar para Miraflores caminhando pelo litoral. Foi uma boa caminhada até a próxima passarela que dá acesso ao topo da colina onde está Lima – que fica no Malecón de Miraflores, quase 3km mais adiante pela orla.
E essa história continua no próximo post.
O que ficou de fora do nosso roteiro em Barranco
Ficaram de fora do nosso roteiro algumas outras atrações no bairro, como outros museus (o de Arte Contemporânea, Pedro de Osma e Museu da Eletricidade).
Também fiquei devendo a visita à Casa Taller de Víctor Delfín, um dos expoentes da pintura e escultura peruana.
Ficou pra outra vez, ficou para outro dia em Lima. Depois de ser hipnotizada pelo Pacífico, decidi fazer tudo no maior ritmo ‘slow travel’ e aproveitar as paisagens do mar beijando o litoral de Lima.
Mas se você quiser colocar um pouco mais de arte e cultura no seu roteiro pelo Distrito de Barranco, essas são boas opções!
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Klecia, em que pese ter se apaixonado pelo Barrando, vocês se hospedaram em Miraflores, isso mesmo? Pois estamos
Na dúvida! Obrigada
Sim, ainda ficaria em Miraflores por ser mais central e ter mais estrutura!
excelente blog! Parabéns! adorei as dicas ! vamos ao peru fim de maio!!!
Que maravilha, Karoline! Aproveite muito! Saudades do Peru <3
Estou completamente rendida a este lugar! Assim como você, tenho certeza que andaria sem rumo ou objetivo específico (pelo menos até a fome bater) me virando para tudo aquilo que me chamasse a atenção. Pelo visto, muita coisa me chamaria a atenção!!! Que local deliciosamente múltiplo!
Através de seu olhar ficou ainda mais cheio de energia e poesia. Acabei de fazer uma maravilhosa viagem!
Tenho outra certeza: duas outras na verdade! A primeira: também vou adorar o museu de Testino, pois já sou fã do trabalho dele. A segunda: quando for a Lima, o FSV será meu guia oficial.
Por fim, babei pelo almoço. Adoro palta e gostaria de provar o seu prato. Já o do Rafa, bom não tenho a mesma coragem! rsrsrs Experimentei Chicha Morada agora em Sampa, em um restaurante peruano e curti! 🙂 beijocas
Quero muito conhecer o MATE!
Daniel,
Obrigado pela visita, e sobre o MATE, sem nenhuma dúvida, se tiver oportunidade, inclua na sua programação..
Abraços e Boas Viagens…