Saint-Émilion: um charmoso bate e volta saindo de Bordeaux
Saint-Émilion é uma das regiões vinícolas de Bordeaux, uma das regiões produtoras de vinho mais famosas da França. Se você vai viajar pela região, queremos te ajudar com dicas sobre o que fazer em Saint-Émilion.
A boa notícia é que nem nem só de vinho vive a cidade!
Cerca de 80% dos turistas que passam por Saint-Émilion vão até lá com o objetivo de fazer um turismo focado em vinhos e os outros 20% viajam com sede de cultura.
Leia também: O que fazer em Bordeaux: principais atrações e onde comer
Nesse post, vamos entregar um pouco dos dois: lugares para visitar em Saint-Émilion para amantes de vinho e cultura.
Pegue uma taça de vinho e confira as dicas:
Saint-Émilion: entenda o destino
O vilarejo de Saint-Émilion fica na região vinícola de Bordeaux.
A curta distância que separa as cidades (cerca de 40km) faz de Saint-Émilion um bate e volta perfeito saindo de Bordeaux.
Imagine o cenário: uma cidade medieval, cercada por vinhedos e colinas.
Várias ruas de pedra conectam a parte alta e baixa da cidade, e por esses caminhos você vai encontrando lojinhas de vinho e vários restaurantes.
Poderia ser um conto de fadas, mas essa é Saint-Émilion!
Conta a lenda que a cidade foi fundada pelo monge beneditino Saint-Émilion, no século 8.
Mas há registros que já havia plantio de uvas na região desde o século 2, quando a região era habitada pelos romanos.
Por conta da tradição em vinicultura e das construções históricas espalhadas pela cidade, Saint-Émilion passou a integrar a lista de Patrimônio Mundial da UNESCO em 1999.
Desde então, a cidade recebe 1 milhão de turistas por ano, seja para uma taça de vinho ou um banho de cultura.
Foi em Saint-Émilion que surgiu o Canelé. Para tirar as impurezas do vinho, jogava-se clara de ovo no processo de filtragem.
Com a sobra da gema, os padres então decidiram fazer bolinhos para distribuir aos pobres.
Saint-Émilion é vinho, é cultura e é gastronomia.
Saint-Émilion: planejamento de viagem
Onde ficar em Saint-Émilion
A maioria dos visitantes opta por conhecer Saint-Émilion em um bate e volta de Bordeaux.
Mas se você optar por pernoitar na cidade, pode viver algumas experiências interessantes.
Como por exemplo se hospedar em um castelo francês. O Château Hôtel Grand Barrail é uma propriedade maravilhosa, do século, localizado ao lado do Rio Dordogne, a 3 km de Saint-Émilion.
Além de hotel e spa, você pode relaxar na linda piscina e provar pratos regionais no restaurante do castelo. Uma experiência e tanto!
Château Hôtel Grand Barrail: veja valores e disponibilidade
Se você prefere se hospedar no centro de Saint-Émilion, uma boa escolha é o Badon Boutique Hotel, um 4 estrelas com excelente serviço e alguns quartos com vista da cidade.
Badon Boutique Hotel: veja valores e disponibilidade
Ainda não encontrou sua hospedagem?
Veja outros lugares para ficar em Saint-Émilion.
Ingressos e passeios em Saint-Émilion
Saint-Émilion é um destino famoso por suas vinícolas centenárias e únicas no mundo, por isso é muito recomendado incluir pelo menos um passeio pelas vinícolas no seu roteiro em Saint-Émilion.
Algumas empresas organizam tours pelas vinícolas da região, tanto com saídas de Saint-Émilion, quanto com saídas diretamente de Bordeaux, a aproximadamente 40km.
Saindo de Bordeaux:
- Excursão de meio dia, visita a 2 vinícolas, passeio pelos monumentos da cidade de Saint-Émilion, degustação de vinhos e algumas iguarias francesas (cannelés).
Duração do tour: 5:30h. (veja mais informações).
- Excursão de meio dia, visita a 2 vinícolas, degustação de vinhos e chocolates, visita a Igreja Monolítica de Saint-Emilion e subida na torre do sino.
Duração do tour: 5 horas (veja mais informações).
Saindo de Saint-Émilion:
- Visita guiada a 2 vinícolas (uma tradicional e uma moderna) e um típico piquenique francês com vinho (veja mais informações)
Veja outros passeios na região de Saint-Émilion e Bordeaux.
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O que fazer em Saint-Émilion: lugares para visitar
Viajei para Saint-Émilion em busca de duas coisas, que por lá têm de sobra: vinho e cultura.
O planejamento de viagem foi fazer um bate e volta saindo de Bordeaux.
Com isso, me organizei para chegar logo cedo no pequeno vilarejo, que abriga menos de 2000 habitantes.
Tinha um único dia para descobrir todos os segredos dessa encantadora vila dos vinhos.
As estradas da França são um verdadeiro tapete. Com isso, em 45 minutos nos deslocamos de carro entre Bordeaux a Saint-Émilion.
Boulangerie Premier
A primeira parada não poderia ser diferente: por favor, uma boulangerie.
As padarias francesas são melhores do que qualquer café da manhã de hotel 5 estrelas, fica a dica.
Paramos logo na entrada da cidade: Boulangerie Premier, o tipo de lugar que os moradores compram suas baguetes e saem com elas debaixo do braço mordendo sua pontinha.
Vinícola do Château La Dominique
Se toda a região de Bordeaux soma mais de 2.000 bodegas, Saint-Émilion abriga 800 delas.
Como se fosse um menu de restaurante, o centro de informação turística de Saint-Émilion indica uma opção diferente de vinícola para visitar a cada dia, com tour guiado e degustação.
Escolhemos uma entre as oitocentas bodegas de Saint-Émilion para começar nossa experiência com os vinhos na região: a vinícola do Château La Dominique.
Entre os tonéis de carvalho cheios de vinhos descansando, fui descobrindo um universo ainda pouco explorado por mim.
Um mundo complexo e curioso, que me fez compreender o motivo de tanta diferença entre uma garrafa e outra.
Do lado de fora, uma explicação bem lúdica para leigos, como eu. Uma parede toda pintada do chão ao teto, com diferentes tonalidades de cores em faixas, para fazer uma analogia com o envelhecimento do vinho.
Quanto mais claro o vinho, mais novo. Quanto mais bordô, mais envelhecido.
A parede pintada do chão ao teto também faz uma analogia entre o céu e a terra. Como os tons de bordô estão mais perto do céu, basta um gole desse vinho e você irá se sentir nas alturas (ou no céu).
Mas lembre-se, isso tudo é uma questão de gosto pessoal. Claro que o pessoal da região de Bordeaux ia “puxar a sardinha” para os vinhos produzidos na região.
Quando subi para a parte superior do prédio (seguindo rumo ao céu, risos), encontrei uma piscina de uvas.
Me senti na novela Terra Nostra, ao ter a sensação de estar pisando nas frutinhas e produzindo a próxima garrafa de vinho da bodega.
As uvas na verdade são pedras, mas engana qualquer um que olha sem tocar.
Com três tons de uvas diferentes, a guia nos explicou que as pedras representam os três tipos de uvas utilizadas para produzir os vinhos da casa.
Com direito a degustação, provamos dois diferentes. Um novo e mais claro, outro mais envelhecido, consequentemente, mais escuro.
Já disse, não importa o seu grau de conhecimento sobre o assunto, o tour vai te servir para aprender o básico desse universo dos vinhos de Bordeaux e a degustação para você provar o vinho da casa.
E claro, levar algumas garrafas de volta para casa junto com você. Diferente do que muitos pensam, é possível encontrar vinhos com preços bem acessíveis na região.
Tour pelo subterrâneo de Saint-Émilion
Vamos deixar o vinho um pouco de lado e explorar o maior dos monumentos de Saint-Émilion: seus túneis subterrâneos.
São mais de 200 quilômetros de galerias, escavados em pedra. Alguns dos principais pontos turísticos relacionados com a parte histórica e cultural de Saint-Émilion estão ali, embaixo da terra.
O escritório de turismo de Saint-Émilion oferece esse passeio chamado de “tour underground”, que dura cerca de 45 minutos e vai te levar para conhecer as construções subterrâneas da cidade.
Logo que cheguei na cidade pela manhã, comprei o bilhete do tour na oficina de turismo de Saint-Émilion e lá mesmo fiz a reserva para fazer o passeio no período da tarde.
Vale saber: em alguns dos lugares visitados nesse tour, só é permitida a entrada com guia. Por isso recomendo muito que você faça a reserva do passeio.
Ermita de Saint-Émilion
Com um guia e mais 20 pessoas, conhecemos a Ermita de St. Emilion, o lendário fundador da cidade.
Nesse minúsculo cômodo, o monge beneditino Saint-Émilion viveu os seus últimos 17 anos de vida.
Impressionante e claustrofóbico imaginar uma pessoa viver por tanto tempo em um espaço que cabia praticamente a cama e um altar para as rezas diárias.
O grupo de 20 pessoas teve que se revezar para conhecer o cômodo sem janelas, que foi escavada embaixo da terra, ou melhor dizendo, sob a capela.
Capela da Santa Trindade
A Capela da Santa Trindade, construída no século 13, foi a próxima parada.
A pequena igreja está com a pintura original intacta. Ao olhar para o teto e para as suas paredes, nos perguntamos: como é possível aquelas pinturas ainda estarem ali?
O guia não demorou muito para matar nossa curiosidade e explicar tudo.
Na Revolução Francesa, esse local se transformou em uma fábrica de barricas de madeira.
O processo de esquentar as barricas produzia fumaça e fuligem, um material que subia e tomava conta do teto. Mal sabiam eles, na época, que isso serviria como proteção para as pinturas.
Em 1997, durante o processo de limpeza e restauração, descobriram que toda aquele primor estava ali em seu estado primitivo: intacto.
Embora a história da Capela da Santa Trindade seja surpreendente, o espaço é um pouco frio. O que restou da capela foi a sua arquitetura românica, identificada pelos arcos e suas pinturas.
O espaço está completamente vazio e hoje é utilizado para alguns eventos fechados.
Catacumbas de Saint-Émilion
Saint-Émilion já tinha provado que era muito mais do que suas vinícolas, mas o melhor ainda estava por vir.
Seguimos para visitar as catacumbas, onde eram enterrados os cidadãos mais nobres de Saint-Émilion, o clero e os bebês.
Na época, eles acreditavam que ali só poderiam ser sepultados os seres “mais puros” dentro da sociedade.
Imagina, incluir somente os mais ricos e o clero nesse critério pré-determinado de pureza? Imagino que isso hoje em dia daria muita confusão.
Se a capela da Santa Trindade passou uma sensação de frieza por estar vazia, aqui nas catacumbas tive o mesmo sentimento. Mas com uma diferença: aqui o local não estava vazio.
Além de abrigar os ossos dos “mais puros”, a catacumba de Saint-Émilion está repleta de caixas que guardam os restos desses antigos moradores, pessoas que passaram por Saint-Émilion no século 12.
Ao visitar as catacumbas de Saint-Émilion, não deixe de olhar para cima. Vai ver uma bonita cúpula, decorada com relevos esculpidos.
Eles representam três homens com longos braços, um símbolo para a ressurreição dos mortos. Frestas na cúpula mostram o caminho para o céu.
Igreja Subterrânea de Saint-Émilion
Chegamos ao final do tour. Provando que Saint-Émilion é mesmo um local com rica cultura, entramos na Igreja Monolítica, também conhecida como a Igreja Subterrânea de Saint-Émilion.
Essa igreja é considerada a maior da Europa nesse estilo. Há uma lenda que toda essa magnífica igreja, escavada a partir de uma única pedra, foi construída pelo próprio Émilion no século 12.
Se foi preciso apenas um homem, ou vários homens, para escavar essa igreja na pedra, não sei. Mas como se fosse a garrafa mais cara e mais preciosa do tour, admirei e degustei cada cantinho daquela igreja.
São 12 metros de altura e 38 metros de largura. E outra curiosidade: a igreja foi construída de cima para baixo.
Tentar imaginar como “nasceu” aquele monumento é como beber uma caixa inteira de vinho.
E confesso que, só mesmo estando um pouco alterado para conseguir imaginar, homens escavando uma pedra que por fim se transformaria nessa igreja tão grandiosa.
As pedras de ocre, conforme foram sendo retiradas do solo calcário da região, iam sendo utilizadas na construção das casas e na antiga muralha do vilarejo de Saint-Émilion (hoje em ruínas).
Não restou muito do local, além da sua estrutura que hoje é fundamentada por grandes esqueletos de ferro. Sem eles, a qualquer momento, tudo poderia vir abaixo.
Muito da decoração da capela monolítica de Saint-Émilion foi saqueada na Revolução Francesa. O que sobrou foram as decorações esculpidas na pedra.
Infelizmente não é permitido tirar fotos lá dentro.
Halle du Marché
Outro coisa bem interessante para fazer em Saint-Émilion é visitar o Halle du Marché, que fica bem na esquina da praçå da igreja monolítica.
Durante a Idade Média, a praça era o lugar de comércio, o mercado de Saint-Émilion. O Halle du Marché foi construído para ser a parte coberta do mercado, destinada ao comércio de grãos.
A partir de 1199, com a independência do seu território, Saint-Émilion passou a contar com um conselho (jurade), que passou a se reunir nessa casa reformada, aproveitando a proximidade com o mercado na praça.
Onde comer em Saint-Émilion?
Entre o vinho e a parte cultural, abrimos um espaço para outra atração muito relevante na França: a gastronomia.
Fomos então até o Restaurant Le Tertre.
O vinho não poderia ser outro, Saint-Émilion Grand Cru – o mais conhecido na região.
Na opção menu do dia, a mais cremosa e saborosa sopa de abóbora que eu já provei (acredite, sou fã de abóbora e de sopa).
O salmão acabou perdendo o encanto e eu só pensava na sopa, até que chegou a sobremesa e o cremoso perdeu a vez para o crocante do crumble de maçã.
Tão quente quanto a sopa, a maçã que havia acabado de sair do forno iria derreter o sorvete de baunilha que acompanhava essa deliciosa sobremesa.
Vale a pena visitar Saint-Émilion?
Gosto quando consigo fechar um destino com 5 estrelas em tudo. 😉
Saint-Émilion já havia provado que era muito mais do que milhares de litros de vinho.
A cidade carrega uma rica história, que chamou a atenção da UNESCO. Sua gastronomia também é um tesouro à parte.
É verdade que esse vilarejo não é um dos mais românticos da França, até porque as suas ladeiras podem ser cenário de uma trágica e vergonhosa vídeo cassetada.
As casas são todas iguais e com a mesma cor: das pedras da igreja.
O charme do local fica mais por conta das lojas e restaurantes do que pelo casas que os abrigam.
Mas permita-se dar a volta por todo o vilarejo, de preferência aprecie também a vista do alto, repleta de vinícolas particulares, casinhas de pedras e ladeiras, muitas ladeiras, nessa cidade que é uma verdadeiro sobe e desce.
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