Pueblos Blancos da Andaluzia: os pueblos mais bonitos da Espanha
Imagine percorrer estradas estreitas e sinuosas, com uma paisagem hipnotizante se revelando a cada curva. Pelo caminho, você vai descobrindo vilarejos charmosos, todos pintados de branco.
Esses são os Pueblos Blancos da Andaluzia, pequenos povoados encravados nas montanhas da Serra de Grazalema, considerados por muitos como os pueblos mais bonitos da Espanha.
Fizemos um roteiro de carro pela Andaluzia, focado em visitar esses povoados, e foi assim que vivemos uma das nossas melhores experiências de viagem pela Europa.
A Rota dos Pueblos Blancos na Espanha surpreendeu e encantou em cada detalhe.
Essa viagem é um convite para apaixonados por viagens de carro, que topam explorar os países além de suas grandes cidades, e ganham como recompensa a descoberta de cenários pitorescos, dignos de contos de fadas.
Nesse post, vou te descrever nosso roteiro de carro pelos Pueblos Blancos da Andaluzia, e dar dicas essenciais para quem planeja realizar essa viagem de carro pela Andaluzia na Espanha. Vamos nessa?
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O que são os Pueblos Blancos?
Os Pueblos Blancos, ou “vilarejos brancos”, são aldeias encantadoras, localizadas na Serra de Grazalema na Andaluzia, na região sul da Espanha.
Em todos esses vilarejos, existe uma característica em comum: os povoados mantém uma estética única, com as casas todas caiadas de branco.
Esse cenário de casas brancas, fazendo contraste com as montanhas e o céu da Andaluzia, transformaram esse lugar em um dos maiores cartões-postais da Espanha.
Embora não seja um destino muito famoso entre os turistas, os pueblos blancos guardam muita história, tradições e beleza.
Pueblos Blancos: um pouco de história
Existem algumas teorias que explicam como começou esse costume de pintar as casas dos povoados de branco.
A história dos Pueblos Blancos está profundamente enraizada na ocupação muçulmana na Península Ibérica, que durou cerca de 800 anos, de 711 a 1492 d.C.
Quando pensamos na Espanha, o período de domínio muçulmano deixou marcas e tradições que podem ser vistas até hoje, em áreas como arquitetura, gastronomia e tradições religiosas.
No caso dos pueblos blancos, a influência mourisca está presente nas ruas estreitas e sinuosas dos povoados e nas fontes de água espalhadas pelas cidade, como medida para aplacar o forte calor do verão andaluz.
Há quem diga que a cor branca nas casas também tem a ver com isso.
Os muçulmanos optavam por pintar as casas de branco, pois o branco reflete os raios de sol e isso, de certa forma, ajudaria a refrescar as casas.
Outra teoria que tenta explicar porque as casas começaram a ser pintadas de branco faz referência às grandes epidemias da Idade Média, como a peste.
Acreditava-se que a cal tinha propriedades de limpeza e purificação, sendo capaz de matar os germes causadores dessas doenças. Assim, as pessoas começaram a “caiar” suas casas para se proteger.
Seja qual for a origem da tradição, o fato é que os séculos passaram, mas o costume de pintar as casas de branco permaneceu.
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A rota dos Pueblos Blancos da Andaluzia
Existem diversos pueblos na Andaluzia, que seguem a tradição da pintura de cal nas casas. Alguns que ficaram bem famosos, e outros bem pequenos e quase desconhecidos.
Na província de Cádiz foi criada um rota turística oficial, que é chamada de Ruta de los Pueblos Blancos, ou Rota dos Vilarejos Brancos.
Nessa rota foram incluídos 19 vilarejos – aqueles que são considerados os “pueblos mais bonitos da Andaluzia”.
São eles:
Arcos de la Frontera, Bornos, Espera, Villamartín, Algodonales, El Gastor, Olvera, Torre-Alháquime, Setenil de las Bodegas, Alcalá del Valle, Prado del Rey, El Bosque, Ubrique, Benaocaz, Villaluenga del Rosario, Grazalema, Benamahoma, Zahara de la Sierra e Algar.
Para nosso roteiro, decidimos visitar 8 desses vilarejos que fazem parte da rota oficial: El Bosque, Ubrique, Benaocaz, Villaluenga del Rosario, Grazalema, Zahara de la Sierra, Olvera e Setenil de las Bodegas.
Além desses, incluimos no roteiro alguns outros pueblos que, apesar de estarem fora da rota oficial, despertaram nossa atenção durante o planejamento de viagem.
Quando ir e quanto tempo reservar
A melhor época do ano para percorrer a Rota dos Pueblos Blancos na Andaluzia é durante a primavera (de março a maio) e no começo do outono (setembro).
Recomendo, se possível, evitar o verão. Apesar dos dias mais longos, você vai sofrer com as altas temperaturas.
A primavera e outono deixam o clima mais ameno e agradável, com temperaturas moderadas, tornando a viagem mais confortável para explorar os vilarejos e aproveitar a vida ao ar livre.
É importante citar que essa é uma das regiões mais chuvosas da Espanha. As chuvas costumam começar em outubro, e se estendem até fevereiro.
Viajamos em outubro, e de fato pegamos bastante chuva nessa viagem.
Por isso, se possível, evite viajar com cronograma apertado. Se você tiver somente um dia de viagem e chover justamente nesse dia, sua viagem vai ser bastante prejudicada.
Em nosso roteiro de 2 dias no mês de outubro, vivemos um pouco de cada clima. Pegamos chuva intensa em 1 dia, e no outro dia um sol maravilhoso!
Com dois ou mais dias, você consegue ter flexibilidade no roteiro e aproveitar mais a viagem, visitando os pueblos com mais calma.
Como chegar e se deslocar pela Rota dos Pueblos Blancos
Alugar um carro é a melhor opção para quem quer fazer a Rota dos Pueblos Blancos na Andaluzia.
Com seu veículo, você pode explorar os vilarejos no seu ritmo, e ter acesso até aos povoados mais isolados, sem precisar depender de transporte público, que pode ser irregular ou mesmo inexistente em algumas partes da rota.
Uma dica é fazer das maiores cidades da região o seu ponto de partida.
Elas contam com facilidades de acesso (seja aeroporto ou estação de trem), bem como locadoras para aluguel de carro.
Minhas duas sugestões são começar o roteiro pelos Pueblos Blancos a partir de Málaga OU Sevilha. As duas cidades tem ótima infraestrutura para ser sua cidade – base (ponto de partida).
Ambas tem aeroporto e estação de trem, e com o trem de alta velocidade você chega em qualquer uma das duas com cerca de 3h de viagem partindo de Madrid.
Um outra opção é Jerez de la Frontera, que tem aeroporto, mas é um aeroporto pequeno e com poucas opções de voo, por isso não é a opção mais fácil.
A vantagem de começar por Jerez de La Frontera tem relação com a direção do deslocamento. Este é o povoado mais afastado, fica bem no litoral.
Saindo de Sevilha, você teria que ir até Jerez e depois voltar boa parte do caminho, para seguir para outros povos. Ou escolher deixar Jerez de fora do roteiro, que foi o que fizemos para diminuir os deslocamentos.
Para quem quer passar mais de um dia explorando a região, uma boa dica é incluir uma pernoite em Ronda, que também é um dos pueblos blancos, mas é uma cidade maior, com boa estrutura e além de tudo, super charmosa.
Planejando uma viagem pela Rota dos Pueblos Blancos
E como foi que a gente pensou esse roteiro de carro pelos Pueblos Blancos?
Nosso planejamento foi feito para uma viagem de 2 dias inteiros, tendo como ponto de partida a cidade de Sevilha, onde alugamos o carro.
Fizemos todo o processo de reserva pelo site da RentCars, e foi bem tranquilo.
Planejamos sair bem cedo para aproveitar ainda mais o dia na estrada – que por si só, já é um atrativo.
Nossa ideia era passar o dia “pulando” de pueblo em pueblo, até chegar a Ronda, onde reservamos um hotel para duas noites.
No primeiro dia, tivemos alguns problemas com a chuva. Essa região da Serra de Grazalema, onde ficam os Pueblos Blancos, é conhecida como uma das mais chuvosas da Espanha.
Você pode ver nossa odisséia no vídeo que publicamos no canal do Youtube:
Mesmo com todos os contratempos da chuva, ao fim do primeiro dia a gente já estava apaixonado pelas belezas da região.
No segundo dia, exploramos a cidade de Ronda na parte da manhã e visitamos mais alguns pueblos na parte da tarde.
Para fechar o segundo dia, até fizemos um repeteco: voltamos em um pueblo que tínhamos visitado no dia anterior, e que nos deixou apaixonados.
Nosso segundo dia terminou com um por no sol inesquecível em Setenil de las Bodegas.
Nunca vou esquecer aqueles instantes em que os pueblos blancos ficam um tanto quanto dourados, graças à bonita luz da Golden Hour.
Aqui está o vídeo com tudo que fizemos no segundo dia – e olha que coisa boa: no segundo dia, o sol abriu e finalmente conseguimos aproveitar a região no seu esplendor!
Foi uma viagem perfeita, o sul da Espanha é uma região maravilhosa.
Esse é um roteiro fora do óbvio que eu estou muito feliz em compartilhar com vocês, assim mais pessoas podem descobrir esse tesouro da Andaluzia!
Nosso roteiro pelos Pueblos Blancos
Uma coisa importante para dizer a você que planeja fazer essa viagem é que os pueblos blancos são sim, a estrela da festa. Mas a estrada também é uma atração em si mesma.
O cenário da janela é surreal, com muitas curvas, montanhas. Aproveite a vista – e fique atento na direção, especialmente se pegar chuva como aconteceu com a gente.
Em alguns trechos da estrada, você pode encontrar placas sinalizando a passagem de ciclistas.
Isso porque esta estrada montanhosa faz parte do circuito de grandes competições de ciclismo na Espanha, como a Volta da Andaluzia, a Volta da Espanha e outras.
Enquanto eu fazia todas aquelas curvas, só conseguia imaginar o preparo físico necessário para encarar todas aquelas subidas e descidas pedalando. Com certeza o meu joelho não aguentaria!
Vou relatar agora os pueblos que visitamos ao longo desses dois dias, na sequência em que fomos fazendo as paradas, a partir da saída de Sevilha. Confira só:
El Bosque
Nosso primeiro destino, El Bosque é um pueblo bem pequenininho que apenas passamos de carro, sem nos demorar muito tempo.
Foi o nosso primeiro contato com os vilarejos da Andaluzia.
E podemos dizer é fácil entender o amor à primeira vista quando estamos aqui e nos vemos frente a frente com este cenário:
As casinhas todas pintadas de branco, o vilarejo tão miúdo perante a imensidão das montanhas ao redor.
Um cenário inesquecível e apaixonante, na mesma medida.
Ubrique
Nossa segunda parada foi em Ubrique, uma cidade bem maior do que eu esperava.
Confesso que imaginei que todos os pueblos fossem bem pequenos, e Ubrique veio mostrar, logo no começo do dia e do roteiro, que eu estava enganada.
Algumas dessas cidades são um pouco maiores, o que deixa a paisagem ainda mais impressionante, com aquele tanto de casinhas brancas a perder a conta.
Ubrique se espalha entre as serras de Ubrique e Grazalema, e é terra natal de alguns dos mais famosos toureiros espanhois.
A cidade tem uma forte tradição no trabalho com o couro, e você pode conhecer mais sobre isso ao visitar o Museu do Couro de Ubrique, que funciona no prédio do antigo convento barroco dos Capuchinhos (século XVII).
Por sinal, o centro histórico de Ubrique é declarado Bem de Interesse Cultural.
Outros lugares de interesse para conhecer são as igrejas de Nuestra Señora de la O e a Igreja de Jesús Nazareno.
Eu queria ter conseguido explorar mais o pueblo, porque ele parecia super charmoso, mas a chuva estava ganhando a batalha, e era bem difícil sair do carro com toda aquela tempestade. Contratempos de viagem, faz parte.
Demos uma volta de carro por dentro da cidade, e seguimos viagem para o próximo pueblo.
Benaocaz
Com poucos minutos de estrada, chegamos ao próximo povoado. Benaocaz é um pueblo bem pequeno, um encantador labirinto de ruas estreitas e sinuosas, ladeadas por casas brancas com detalhes em pedra.
A Plaza de San Pedro, a principal praça da vila, é a melhor referência para conhecer as construções do centro, como a Igreja de San Pedro Apóstol, que data do século XVII.
A cidade também possui diversos mirantes, com vistas espetaculares das montanhas da Serra de Grazalema.
Ah, e no caminho entre Ubrique e Benaocaz, os visitantes podem também incluir uma parada para visitar as ruínas de uma antiga cidade romana, Ocuri, para dar uma espiada em como era a vida na região no passado.
O sítio arqueológico funciona de terça a domingo, e é preciso fazer a reserva prévia da visita pelo site oficial.
Vilaluenga del Rosario
Vilaluenga del Rosario é outro pueblo pequeno – para você ter uma ideia, são cerca de 500 habitantes, apenas!
Ao visitar Vilaluenga del Rosario, você pode contratar um guia e conhecer as cavernas conhecidas como Cuevas de la Manga, formações geológicas onde foram encontrados numerosos artefatos do período Neolítico.
Já dentro da vila, você pode conhecer a Plaza de Toros de Vilaluenga, a mais antiga da província de Cádiz. Outro destaque é a igreja de San Miguel.
Ah, e não deixe de visitar a loja de queijos La Covacha, para provar o queijo Payoyo, um queijo fresco e original dessa cidade. O queijo pode ser semicurado e curado, sendo feito com leite de cabras Payoya e ovelha Merina.
Grazalema
Quando chegamos em Grazalema, a chuva começou a dar sinais de trégua.
Esse é o município com a maior altitude na província de Cádiz, por isso nossa primeira parada foi justamente em um mirante.
A partir do Mirador El Tajo, pudemos apreciar a vista panorâmica da cidade e da estrada que estava nos trazendo até ali.
Naquela altura do dia, a fome já nos fazia companhia e fomos em direção ao centro da cidade.
Tudo que eu queria era uma comida quentinha num lugar seco e aconchegante. E Grazalema entregou tudo isso, e ainda mais.
Querendo fugir da chuva, paramos no primeiro restaurante que encontramos: Cádiz El Chico. E aqui vivemos aquela sensação boa de que a estrada realmente te entrega tudo que você precisa.
Fotos e matérias de jornais nas paredes denunciavam que tinhamos feito uma boa escolha.
Só depois descobrimos que o restaurante é indicado como um dos melhores de Grazalema, e até o Antônio Banderas já tinha passado por lá.
A comida estava deliciosa. Uma comida quentinha, bem preparada, daquelas que mais parecem uma refeição caseira feita pela sua querida vovó.
Recomendo muito que prove a sobremesa – a tarta de belotas, uma torta de amêndoas divina que é o carro-chefe da casa!
Depois do almoço, começamos uma pequena exploração pelo centro histórico da cidade, declarado Bem de Interesse Cultural.
É um verdadeiro deleite para os olhos caminhar pelas vielas e praças de Grazalema. O centro passou por diversas restaurações e está muito bem conservado.
Nosso passeio começou pela Plaza de España – que é a mais animada da cidade. É a praça onde fica o restaurante em que almoçamos, e também a bela Iglesia de Nuestra Señora de Aurora.
Depois seguimos espiando outras ruas. Passamos pela Iglesia de Nuestra Señora de la Encarnación, construída sobre um antigo templo mudéjar após a Reconquista aos Árabes, no final do século XV.
Além disso, incluimos no roteiro a Iglesia de San José e Iglesia de San Juan de Letrán, e as ruas mais bonitas de Grazalema: Calle Doctor Mateos Gago, Calle Las Piedras e Calle Las Parras, todas cheias das tradicionais casas senhoriais.
Puerto de Boyar
A cerca de 4 km de Grazalema, fizemos nossa próxima parada em Puerto de Boyar.
Este mirante está a uma altitude de aproximadamente 1103m acima do nível do mar, e é um dos pontos de observação mais espetaculares da Sierra de Grazalema, oferecendo vistas das montanhas e vales da região.
Dizem que, em dias claros, é possível ver até mesmo a costa do Mediterrâneo ao longe.
No entanto, com toda a chuva que estávamos enfrentando, acabamos não vendo quase nada por conta da neblina.
Uma pena, porque pela indicação da foto no mirante, a vista realmente parecia espetacular!
Quero deixar aqui a dica, e se você repetir esse roteiro e passar pelo Porto de Boyar, depois me conta aqui nos comentários o que achou da vista!
Puerto de las Palomas
Seguimos pela estrada até nossa próxima parada, que também era um mirante.
Claro que, a essa altura e depois de tantas horas de chuva, eu já não tinha muitas expectativas de ver qualquer coisa, mas eis que a estrada nos surpreendeu novamente.
O mirante Puerto de las Palomas está situado a uma altitude de aproximadamente 1.357 metros.
Diferente de Puerto de Boyar, que exige um pequeno desvio da estrada principal para chegar até lá, o Puerto de Las Palomas fica bem na estrada A-372.
Essa estrada comunica as cidades de Grazalema e Zahara de la Sierra, duas das mais importantes desse roteiro pelos Pueblos Blancos.
Estacionamos numa área de acostamento da estrada e atravessamos a rodovia para subir até o mirante. De um lado tinhamos nuvens e mais nuvens…
Mas quando olhamos para o outro, tivemos a melhor surpresa!
O céu estava bem mais limpo, dava para ver a paisagem e o sol ameaçava dar as caras no horizonte!
Ah, vale comentar que o Puerto de las Palomas é um ponto de partida para várias trilhas de caminhada e trekking.
Também é ponto de passagem de rotas de ciclistas e motociclistas, que viajam por ali atraídos pelas curvas desafiadoras e pelo belo cenário visto lá de cima.
Imaginem a minha alegria ao olhar aquela paisagem repleta de montanhas e vales.
Como nosso roteiro seguiria descendo a serra para o lado ensolarado, fiquei empolgada! Enfim, parecia que o clima estava virando ao nosso favor!
Zahara de la Sierra
Zahara de la Sierra é considerado um dos pueblos mais bonitos da Andaluzia.
Estacionamos no Mirador Arco de la Vila, que é um dos 11 mirantes da cidade.
E sim, finalmente o sol se tornou nosso companheiro de viagem. Que alegria apreciar a vista para a cidade com essa luz!
Zahara é uma cidade muito antiga, e há várias marcas da vida nessa região em tempos medievais, como o Castelo Nazarí no topo da colina, construído pelos muçulmanos no século XIII.
Lá se encontra a Torre del Homenaje, e existe um caminho íngreme que leva para essa parte mais alta da cidade. Mas não nos empolgamos com a subida, e decidimos seguir para baixo, em direção ao centro de Zahara.
É um labirinto de ruas estreitas e sinuosas. Fomos caminhando em meio às casas pintadas de branco e conhecendo alguns lugares de destaque para a cidade.
Como a Plaza del Rey, a praça principal da vila é cercada de restaurantes e é onde está a igreja Santa María de la Mesa.
Passamos também pela Calle Ronda, a principal rua do pueblo e vimos a Plaza de San Juan, onde está a simpática Capela de San Juan de Letrán e a Torre do Relógio.
Bem na rua ao lado, mais um mirante espetacular: o mirador de Currin, que gostei muito pois fica a meia altura da cidade. Você pode ver as casinhas brancas se estendendo para baixo e para cima.
Setenil de las Bodegas
Setenil de las Bodegas foi nosso pueblo favorito, tanto que visitamos o povoado no final do nosso primeiro dia, e decidimos voltar no dia seguinte. Para você ver como ficamos encantados!
Esse pueblo blanco é famoso principalmente por causa sua arquitetura. Em muitas ruas, as casas foram construídas diretamente nas rochas.
Por fora, parece uma casa normal, com sua fachada branca. Por dentro, se vê a rocha.
Há duas ruas mais famosas: Cueva del Sol e Cueva della Sombra.
Ambas são cobertas por pedras gigantes, de diferentes formas. Na Cueva del Sol, a rua está pacialmente coberta e a luz do sol ilumina as casas em algumas horas do dia.
Já na Cueva della Sombra, as casas estão totalmente embaixo da pedra, o que deixa o cenário ainda mais impressionante!
Nestas ruas, caminhe olhando para dentro das casas, para ver como elas foram cravadas na rocha.
Como muitas foram transformadas em restaurantes e bodegas, pode ser uma ótima dica parar para “tapear” em alguma delas.
Passeamos também pela Calle Ronda, visitamos a Igreja de San Benito, o mirador de Setenil de Las Bodegas e muitos outros pontos de interesse na vila, como:
- o Torreón del Homenaje, o único vestígio que resiste do que antes foi o Alcazar de Setenil, a fortaleza árabe da cidade.
- a Iglesia de Nuestra Señora de la Encarnación, construída sobre as ruínas da antiga mesquita maior de Setenil de las Bodegas.
- a Calle de San Benito, onde está a ermida de San Benito (também construída sobre uma antiga mesquita) e a mais bela porta de estilo mourisco de Setenil de las Bodegas
- a Plaza de Andalucía, onde está o Ayuntamiento e vários cafés
- a Calle Herrería, onde você pode aproveitar para tirar uma foto num dos cantos mais charmosos de Setenil, a fachada florida onde está escrito “Bésame en este rincón”.
Enquanto a gente caminhada pelas ruas, fomos nos apaixonando mais e mais por este pueblo, que virou nosso favorito.
Nunca vou esquecer do por do sol espetacular que assistimos de um dos mirantes que se abrem no meio das casas. Os tons de azul, rosa e roxo no céu me fizeram mesmo acreditar que existe algo de mágico neste lugar!
Ronda
Apesar de ser uma cidade maior e bem estruturada, Ronda também é considerada um dos pueblos blancos. Foi a cidade que escolhemos para pernoitar, e aproveitamos o dia seguinte para visitar com calma.
O hotel que ficamos foi ótimo, bem ao lado da Plaza de Toros, com café da manhã incluído e ótimas acomodações. Confira aqui: Hotel Acinipo.
Em Ronda, é possível passar um dia inteiro explorando e caminhando por suas ruas. A cidade tem surpresas maravilhosas esperando pelos olhos curiosos, dentro e fora das muralhas.
A maior atração da cidade é Puente Nuevo (Ponte Nova), uma ponte monumental construída no século XVIII, que atravessa o desfiladeiro de El Tajo, e que comunica a parte antiga à parte nova da cidade.
Você pode caminhar e conhecer o centro histórico, que tem construções de ambos os períodos, o muçulmano e o cristão. São ruas estreitas, praças e várias igrejas que ajudam a contar a história de Ronda.
Anote alguns lugares de interesse:
- a Plaza Duquesa de Parcent, uma das praças mais bonitas da cidade,
- a Igreja de Santa Maria la Mayor, uma antiga mesquita transformada em igreja cristã após a Reconquista.
- o Palácio de Mondragón, antigo palácio mourisco, construído no século XIV, foi a residência de reis e governadores ao longo dos séculos e que hoje abriga o Museu Municipal de Ronda
- o Castelo do Rey Moro, onde você pode conhecer mais da história de como a cidade resistiu por muito tempo à invasão cristã, e como os muçulmanos foram vencidos.
Já na parte mais nova da cidade, você pode visitar a Plaza de Toros de Ronda, uma das arenas de touradas mais antigas e importantes da Espanha, construída em 1785.
E na parte de fora das muralhas, pode visitar também os Banhos Árabes de Ronda, o complexo de banhos árabes mais bem preservados da Espanha.
Montecorto
No nosso segundo dia, depois de bater bastante perna em Ronda, aproveitamos que ainda tinha luz do sol para incluir mais dois pueblos blancos no roteiro.
Começamos por Montecorto. Não ficamos por muito tempo, este foi um pueblo que conhecemos apenas de passagem.
Aproveitamos para visitar a Calle Pablo Ruiz Picasso e tirar algumas fotos no mural mais charmoso da cidade:
Olvera
Depois de Montecorto, seguimos para esta que foi uma das nossas cidades favoritas nesse roteiro pelos Pueblos Blancos.
Olvera é uma cidade muito antiga, com origem na época dos muçulmanos.
A cidade cresceu muito por conta do comércio, já que tinha uma localização privilegiada, no entroncamento entre 3 importantes cidades da região: Sevilha, Málaga e Cádis.
Caminhamos pelo Barrio della Vila, com suas ruas labirínticas decoradas com vasos de flores na fachada.
Fomos subindo e subindo, até chegar a Plaza de la Iglesia, um dos pontos mais altos da cidade.
De lá, seguimos para conhecer o castelo medieval. A visita ao castelo custa 2 euros e inclui um pequeno museu, que fica ao lado da oficina de turismo.
A vista desde lá de cima é impressionante, e tanto o castelo quanto o museu são ótimos lugares para quem tem interesse em aprender mais sobre a história dessa cidade tão encantadora.
Vale a pena fazer esse roteiro?
De Olvera, seguimos pela estrada de volta a Setenil, para fechar o dia mergulhando mais um pouco na magia deste que foi nosso pueblo blanco favorito.
Eu não poderia terminar essa viagem mais feliz. Vivemos dias incríveis, recheados de paisagens lindas, muita história e cultura.
Aproveitamos muito cada minuto, mesmo com a chuva!
Foi um dos lugares mais encantadores que já visitamos na Europa. Com sua simplicidade, os pueblos blancos entregam muita beleza, cultura e magia.
Eu comecei a viagem achando que seriam pueblos bem parecidos e a viagem ficaria cansativa e até repetitiva depois de um tempo. Mas que engano!
Cada pueblo tem sua identidade, sua história, suas belezas. A viagem foi trazendo uma surpresa a cada curva da estrada, e eu não poderia terminar um roteiro mais satisfeita por ter vivido dias tão maravilhosos!
É impossível completar esse roteiro sem ficar com um gostinho de quero mais. Vontade de visitar outros pueblos, de voltar com mais tempo nos lugares favoritos, de se apaixonar de novo e de novo pelas belezas da Andaluzia.
Recomendo que separe de 2 a 3 dias, monte o roteiro sabendo de antemão quais pueblos quer visitar, mas não engesse sua viagem.
Caia na estrada, com olhos e coração abertos, e permita ser surpreendido por cada um desses pequenos vilarejos encantadores.
Dicas importantes para quem vai fazer um roteiro pelos Pueblos Blancos
- Quando ir: No verão, os dias são mais longos, permitindo conhecer mais lugares em um mesmo dia, enquanto no inverno os dias são mais curtos, oferecendo menos tempo para visitar os pueblos.
- Quanto tempo ficar: Você pode fazer um roteiro pelos pueblos blancos em um dia, dois ou três dias, dependendo de quantos pueblos quer conhecer e da época do ano da sua viagem. Para pernoite, recomendamos a cidade de Ronda, que tem mais estrutura. Confira aqui o hotel que ficamos.
- Deslocamento: A maneira mais conveniente para viajar pelos Pueblos Blancos é com carro, montando um roteiro personalizado com os pueblos que você quer visitar e sem pressa. Os Pueblos Blancos são, de forma geral, pequenos e bem próximos uns aos outros.
- Cuidados na estrada: As estradas da Serra de Grazalema são cheias de curvas, subidas e descidas. Então fique atento na direção.
- Como organizar o roteiro: Nosso roteiro combinou pueblos onde estivemos só de passagem, para fotos num mirante, por exemplo, e pueblos onde exploramos bastante cada uma das ruelas e paisagens. Recomendo que você também pense nisso: em quais lugares vai se demorar e quais pueblos serão visitados de forma mais rapidinha.
- Quais pueblos visitar: É importante definir quais pueblos você quer visitar. São muitos, e você não conseguirá conhecer todos na mesma viagem. Defina alguns e aproveite bem os escolhidos. Nossos favoritos foram: Olvera, Grazalema, Zahara de la Sierra e Setenil de las Bodegas.
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