Como ir de Cusco, no Peru, a Copacabana na Bolívia: dicas para a viagem de ônibus
Vida de mochileiro tem que ter um pouquinho de perrengue, né? E se você está falando da rota Peru-Bolívia-Chile, isso inclui viagens de ônibus de longa duração, obviamente.
Pelo nosso cronograma, depois de conhecer Cusco e a incrível Machu Picchu, era hora de seguir viagem para a Bolívia, para conhecer Copacabana e a mística Isla del Sol. E temos boas histórias para contar sobre o trajeto de ônibus de Cusco a Copacabana!
Como ir de Cusco, no Peru, a Copacabana, na Bolívia
A forma mais popular de percorrer o trajeto é com o ônibus noturno. O trajeto de ônibus de Cusco a Copacabana oficialmente dura 10h. Mas se você está viajando pela América do Sul, a primeira coisa a aprender é que as previsões de horário oficial nunca serão a sua realidade.
Ainda em Cusco, começamos a procurar passagem para Copacabana. A rodoviária de Cusco fica afastada do centro, e para ir até lá precisaríamos pagar um táxi / Uber para o deslocamento, o que ia deixar o valor final da passagem mais caro.
No centro de Cusco, várias agências de viagem oferecem a passagem, por um preço um pouco mais caro que o da rodoviária.
Depois de uma pequena pesquisa de preço, compramos a passagem numa agência de turismo de Cusco (a mesma com a qual fizemos os passeios, Comfort Travel Peru).
Pagamos 70 soles cada um, para a linha direta do ônibus de Cusco a Copacabana, semi-leito noturno da empresa Titicaca Tours. Pudemos inclusive reservar os assentos previamente.
Compramos o ônibus que sai de Cusco às 22:30h (horário de Cusco, GMT -5), programado para chegar em Copacabana às 9:30h (horário de Copacabana, GMT -4). Uma viagem de 10 horas, mais uma hora de fuso. Mas claro que não foi bem assim…
Atenção:
Pergunte sempre pelo ônibus direto! Essa linha faz uma parada em Puno, no Peru, mas não é preciso descer do veículo.
Existe um outro ônibus que sai de Cusco em direção a Copacabana, mas que faz troca de ônibus em Puno.
Essa opção é muito ruim, porque pela irregularidade dos ônibus no Peru, você pode acabar atrasando todo seu cronograma.
A rodoviária de Cusco
Nós chegamos de Machu Picchu apenas com tempo de jantar, pegar as malas que tínhamos deixadas guardadas no hostel Pirwa Posada del Corregidor, e partir para a rodoviária de Cusco.
Do centro, pegamos um Uber que custou 7 soles e nos deixou dentro da rodoviária. Como fizemos isso perto das 19h, o trânsito de Cusco estava ruim em alguns trechos, então conte com esses pequenos atrasos no seu planejamento.
A rodoviária de Cusco é uma bagunça. Muita gente por todo lado, pessoas gritando, anunciando ônibus… Não achamos lugar para sentar, então subimos para o mezanino e sentamos no chão, apoiados na mochila.
E ali passamos algumas torturantes horas de espera até nosso embarque, às 22:30h.
Quer uma dica? Chegue na rodoviária próximo à hora do seu ônibus (com uma pequena margem de segurança).
Não fomos os únicos a chegar super cedo na rodoviária. Aos poucos, outros viajantes começaram a também procurar o abrigo do mezanino, e sentar aqui e ali. Diminuiu a confusão, mas não o barulho.
Dias depois, ainda estávamos tendo pesadelos com o Arequipaaaaaaaaa, que a moça do guichê de uma empresa gritava sem parar, durante todo o tempo.
Há banheiros razoavelmente organizados, ao custo de 2 soles. Só depois vimos que pagando a taxa de embarque da rodoviária (1,40 soles por pessoa), você ganha o direito de usar o banheiro.
A rodoviária não tem bons restaurantes, então é bom comer antes de chegar. Compramos apenas uma água pequena, por 1,50 soles.
Vimos alguns guardas expulsando pessoas que estavam nas escadas e no chão, mas ninguém chegou pra falar com a gente. Percebi que retiravam apenas quem estava passando tempo por ali, sem bagagem.
Somente na hora do embarque, descobrimos que nossa passagem não incluía a taxa de embarque. Rafael pegou a fila das pequenas casinhas no meio do corredor, pagou os 1,40 soles de cada um e pronto. Enfim, hora de entrar no ônibus e seguir viagem!
A viagem de ônibus de Cusco a Copacabana
Praticamente todos no ônibus de Cusco a Copacabana eram turistas, especialmente franceses – que estão por todo lugar da América do Sul, aparentemente.
O ônibus semi-leito era confortável o suficiente para nosso cansaço. Sentamos nas poltronas 5 e 6, e um aviso colado na frente do ônibus chamou logo minha atenção.
“A empresa é responsável pela bagagem despachada. Mas não nos responsabilizamos por furtos dentro do ônibus”. Ok, era hora de abraçar a minha mochila de ataque, e tentar dormir.
Sorte a nossa, nós dois apagamos logo que o ônibus começou a viagem. Acordei já com a luz do dia, e quando olhei pela janela já via os primeiros tons de azul do Lago Titicaca. A paisagem era incrível.
Parada em Puno e Imigração
Chegamos em Puno e o ônibus fez uma parada de 20 a 30 minutos na rodoviária. Ninguém desceu, permanecemos no ônibus, ainda meio sonolentos. Seguimos viagem, margeando o Titicaca a caminho da fronteira com a Bolívia.
Um pouco depois, o motorista parou numa lanchonete, e avisou que ali era a última parada para banheiros (gratuitos e razoavelmente limpo) e para câmbio de moeda (soles por bolivianos).
Depois de uma noite no ônibus, corri para o banheiro enquanto Rafa trocava dinheiro.
Na certeza que a cotação dali seria horrível, trocamos apenas os nossos 70 soles restantes por 140 bolivianos, e mais 10 dólares por 67 bolivianos.
Voltamos para o ônibus e por volta das 9:30h, estávamos chegando na fronteira Peru – Bolívia.
Não compramos nada para comer aqui, porque ainda tínhamos os lanches na bolsa, que sobraram desde Machu Picchu.
A louca imigração Peru – Bolívia
Eu já vi fronteiras descuidadas, desarmadas, mas a fronteira Peru – Bolívia é um caso a parte. Tem uma feira que acontece bem ali, e por conta disso, a todo tempo, tem gente cruzando a fronteira a pé pra lá e pra cá.
Recebemos e preenchemos os documentos de entrada na Bolívia no ônibus. Levem pelo menos uma caneta na mochila de ataque! É sempre útil!
O motorista parou o ônibus no lado peruano, e todos desembarcaram. O processo é muito simples: vamos caminhando. Primeiro paramos no escritório peruano, carimbamos a saída.
Então caminhamos mais um pouco até o escritório boliviano, entregamos os papéis e pegamos o carimbo.
Há uma alfândega, e ficamos na dúvida se precisávamos entrar. Mas como ninguém fez isso, também não fizemos e ficou tudo bem. Sem perguntas, sem vistoria de mala, nada. Bem-vindos à Bolívia!
Ficamos um tempo olhando a feirinha, admirados com os amendoins gigantes, que encontramos depois também em Copacabana.
Seguindo as recomendações de todo mundo para evitar comida de rua na Bolívia, compramos uma batatinha industrializada por 5,00 bolivianos para passar o tempo e a fome.
Um bocado de tempo depois, o ônibus conseguiu cruzar a fronteira (são apenas 200 metros, mas o trânsito é louco!). Embarcamos para seguir viagem.
Chegada em Copacabana
Por volta das 11:00h (horário de Copacabana), desembarcamos na praça Sucre, no centro de Copacabana. No total, uma hora e meia de atraso.
Copacabana é uma cidade bem pequena, e a principal rua, onde está a maioria das agências e dos restaurantes, fica bem ao lado do ponto de desembarque.
Pegamos nossas malas e passamos no escritório da empresa Titicaca Tours para comprar o ônibus para La Paz no dia seguinte.
Foi essencial comprar com antecedência, porque no dia seguinte foi uma baita confusão, com mais bilhetes vendidos que assentos disponíveis. Mas isso é história pra outro post…
Bem, enfim Bolívia! Enfim, Copacabana! Era hora de adiantar o relógio em 1 hora, procurar um lugar para almoçar e comprar o ticket do barco para ir até a Isla del Sol.
Custos totais da viagem Cusco – Copacabana (setembro / 2017):
Uber da Plaza de Armas de Cusco para a rodoviária | 7 soles |
Passagem de ônibus de Cusco a Copacabana (semi-leito, Titicaca Tours) | 70 soles por pessoa |
Taxa de embarque no Terminal Rodoviário de Cusco | 1,40 soles por pessoa |
Água no Terminal Rodoviário de Cusco | 1,50 soles por pessoa |
Banheiro no Terminal Rodoviário de Cusco | 2,00 soles por pessoa |
Batata frita na fronteira | 5,00 bolivianos |
Total para duas pessoas | 153,30 soles + 5,00 bolivianos |
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Olá Lila, tudo bem?
Tem opções para viagens durante o dia? E Você achou a estrada perigosa?
Oi José, tinha outras opções de horário sim (a maioria com troca de onibus em Puno).
Preferimos essa viagem noturna pois o onibus era direto até Copacabana e economizariamos um pernoite em hotel.
Nós dormimos praticamente toda a viagem e não prestamos atenção na estrada 🙂
Grande Abraço e boa viagem!
Olá, estou planejando minha viagem Peru-bolivia-chile. Seu post me ajudou muito! Queria saber qual dia da semana vocês foram de Cusco a Copacabana, e se sabem se essa viagem de ônibus ocorre ao sábado ou apenas dias de semana? Obrigada
Oi Larissa, tem ônibus de cusco para copacabana todos os dias, nós viajamos no sábado a noite, chegando em copacabana no domingo de manhã!.
Grande Abraço e boa viagem!
Parabens pelo post!! Estou começando agora a planejar este mesmo roteiro e irá me ajudar bastante!! uma dúvida: o preço que voce pagou pelas passagens foi já com malas despachadas ou pagou algo a parte ? abraços
Oi Sérgio, Além do valor da passagem, pagamos apenas a tarifa TAME (uma espécie de taxa de embarque da rodoviária que custou na época 1,40 soles). Ao chegar no ônibus você pode colocar sua mala no bagageiro sem custo adicional.
Obrigado pelo comentário e boa viagem!
Como vocês voltaram de Machu Picchu? Foi de trem?
Oi Diego, voltamos de trem até Ollanta e então pegamos uma van até o centro de Cusco.
Contamos mais aqui!!
https://www.fuiserviajante.com/destinos-no-mundo/trem-para-machu-picchu/
Obrigado pela visita e boa viagem!!
Tua experiencia foi linda
hahahahahahaha
Juro!
Queria eu te achado esse bus direto (me disseram na rodoviària de Cuzco que não existia). Como eu não consigo dormir facilmente em movimento, tive breves lances de sono, que foram atrapalhados por uma turista americana que começou a passar muito mal (e onde estàvamos, apenas nòs falavamos ingles para ajudà-la). Naquele ano, estava ocorrendo em Juliaca alguns protestos violentos e nos disseram para que ela não descesse ali (e ela estava muito mal, não me lembro que fim deu – rsrsrs)
Chegamos umas 5 da manhã na terrìvel rodoviària de Puno e tivemos que aguardar até umas 7 da manhã o bus que partia para Copacabana. Acredite: aquela rodoviària é pior que a de Cuzco.
Fomos no dia d PachaMamma e estava rolando uma procissão em frente à imigração. Foi super cômico tudo aquilo, mas demoramos muito mais tempo para cruzar o paìs.
E acredite: dormimos 1 noite em Isla del Sol e depois voltamos para Puno (loucura que não aconselho a ninguém – hahahahaha)
Poxa, Ju! Me sinto até alegre com minha experiência depois de ler teu depoimento! Foi bem legal, na verdade. A única parte ruim foi a espera na louca rodoviária de Cusco… Mas se Puno é pior, até por isso agradeço haha
Experiências que não tem preço, observar e viver culturas tão distintas da nossa. De um modo geral parece até que a viagem foi tranquila. Quando nos conhecermos pessoalmente vou pedir que Léo conte algumas histórias de mil anos atrás. rrsr
Eu morri mesmo de inveja quando você conta que rapidamente dormiu! Não consigo e isso acaba comigo! rsrsrs Amando estes textos! 🙂 bjus
Foi tranquila sim, Ana! A única parte atordoante foi a espera na rodoviária de Cusco, que poderia ter enlouquecido qualquer um com tanta gritaria hahah Mas foi incrível ver tudo de perto: a cultura, o dia-a-dia, e as paisagens! Ah, as paisagens!