O Museu de Arte de Lima e o café MALI
Eram nossas primeiras horas em Lima. Eu ainda tentava me acostumar com o ritmo frenético do trânsito e da vida na capital peruana. Caminhando pela cidade em direção ao Centro Histórico de Lima, passamos pelo Paseo Cólon. Primeiro foi o jardim (grande, bem desenhado e cheio de verde), que me convidou para uma olhada mais de perto no Parque de la Exposición. Dentro da área do parque, me dei conta da beleza do palacete neorrenascentista, branco e imponente, que abriga o Museu de Arte de Lima, o MALI.
Eu tinha pesquisado sobre os museus que queria visitar em Lima, e o MALI tinha ficado de fora da minha lista final – por questões de economia mesmo. Mas ali, frente a frente com aquele prédio de 1869, não consegui resistir. Precisava ver aquele palacete por dentro! A decisão estava tomada e entramos para visitar o Museu de Arte de Lima!
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Visita ao Museu de Arte de Lima – como funciona
No impressionante hall de entrada, me distraí admirando o pé direito alto e as portas enormes, com vista para o Parque de la Exposición. Ali mesmo fica a bilheteria, onde pagamos os 30 soles que dão direito a visitar as salas de exposição permanente no segundo andar, e as exposições temporárias no andar térreo.
Exposição Permanente do Museu de Arte de Lima
A visita ao MALI começa no segundo andar, pelo acervo permanente. Continuei impressionada pela vastidão do museu. São tantas salas, e tudo tão amplo, que não tem como não admirar a arquitetura do Palacete.
O acervo está organizado de acordo com as épocas da história peruana. E aqui não há restrições: fala-se de todo tipo de arte, e em todo tempo. Começamos pela arte pré-colombiana, visitando um rico acervo arqueológico, com utensílios domésticos, peças têxteis, de ouro e decoração. Tudo relacionado à arte andina antes da chegada dos espanhóis. À medida que vamos avançando nas salas, vamos vendo como essa arte se mistura, renasce e se transforma com a chegada dos colonizadores. Móveis coloniais, pinturas de renomados artistas peruanos, como Pancho Fierro, Francisco Lado e Ignacio Merino.
São mais de 3000 anos de arte peruana, retratada em artesanato, pintura, e outras formas de expressão. Tenho que confessar que nunca tinha visitado, num mesmo lugar, um acervo tão completo retratando a arte em um país, em seus diversos momentos. Saí definitivamente impressionada!
Exposições temporárias do Museu de Arte de Lima
No térreo, encontramos as salas de exposições temporárias. São 3 salas amplas, interligadas por um pátio tão geometricamente perfeito que faria qualquer pessoa louca por arquitetura geométrica pirar (oi, amigos!). Tirei várias fotos ali, aproveitando as linhas retas e precisas 🙂
Quando visitamos o MALI, a exposição em cartaz trazia os segredos das linhas de Nazca, no Peru. Foi ótimo porque essa região não estava em nosso roteiro, e aprendemos bastante sobre a formação geológica do lugar, dos povos que habitaram a região e da suposta origem das misteriosas linhas.
Café MALI
Terminamos a visita com uma parada no Café MALI, a cafeteria do Museu. O acesso é aberto ao público geral, e você não precisa visitar o museu para dar uma passadinha por lá. Gostei da decoração minimalista, seguindo os tons em branco e preto que predominam no museu. Em cada mesa, lápis e papéis para receber os mini-visitantes. A única coisa que eu não gostei foi o café expresso – vejam que ironia. Bem fraco para meu gosto, como quase todos que provei no Peru. Aprendi nessa viagem que o negocio dos peruanos não tem a ver com café, e sim com chocolate. Todos os chocolates locais que provei eram incríveis! Experimente quantos puder!
O Café MALI também serve refeições em porções individuais, lanches e vários outros cafés, claro.
Museu de Arte de Lima – O que achamos?
Eu gostei muito da visita, e fiquei muito grata de ter ‘encontrado’ o MALI por acaso, andando pelas ruas de Lima. Se eu tivesse noção da beleza do palacete, bem como da perfeita simetria do pátio interno, com certeza incluiria no meu roteiro!
O acervo permanente é impressionante, um dos mais completos que já visitei sobre a arte de um único país. Isso é um destaque em um país culturalmente tão rico quanto o Peru. Até hoje me pergunto como conseguiram reunir um acervo tão completo, cobrindo um intervalo de tempo tão vasto. Os organizadores estão de parabéns!
A área para exposições temporárias também é muito boa. Inclusive, ouvi de locais que o MALI é conhecido por receber grandes mostras neste espaço, sendo valorizado como um dos melhores museus de todo o Peru quando o quesito é arte.
Um único aviso: o MALI é muito, muito grande! Eu levei duas horas para percorrer todos os corredores, e no final já estava ‘passando’ pelas obras, porque estava super cansada. Reserve pelo menos duas horas para o circuito, mas considere que você pode levar muito mais se for ver tudo com calma!
Ficha técnica
Quanto? 30,00 soles.
O que levar? Máquina fotográfica (fotos sem flash).
Visitei por duas vezes o Mali, em 1980 e 1985. Estando em Lima não deixe de visitá-lo.
oi Klécia… antes mesmo de começar a ler o texto, eu já estava encantada com o edifício! À medida que você o foi descrevendo: estrutura e acervo, fui me apaixonando mais e mais. 3.000 anos de história retratada?! Meu Deus! Deve mesmo ser bárbaro! Você está aguçando a minha curiosidade sobre o Peru e a Bolívia! 🙂
Só não gostei da ideia do café ser fraco! Aí me entristece! rsrs bjinhos
Incrível né, Ana? Eu fiquei com essa mesma sensação de encantamento! O MALI é incrível! Mas o café… rs