Salar de Tara: como é o passeio no Deserto do Atacama
É difícil escolher o tour mais bonito do Deserto do Atacama. São tantas paisagens incríveis que a gente pode apenas ficar agradecido por ver tudo isso tão de perto. Mas se fosse pra fazer uma lista de favoritos, o Salar de Tara ocuparia o segundo lugar dos ‘Lugares mais bonitos que conheci no Deserto do Atacama’. Logo ali, depois do tour Piedras Rojas e as Lagunas Altiplânicas, o grande dono do meu coração.
O tour pelo Salar de Tara é um passeio de dia inteiro, que envolve muita paisagem linda (que vai te tirar o fôlego), mas também muita altitude (que também vai te tirar o fôlego), muita ventania (que vai te despentear toda) e um frio danado (daqueles de nunca mais esquecer). Mas como tudo no Atacama, no final do dia a gente fica com o coração cheio de gratidão por ter conhecido um lugar incrível e a máquina fotográfica cheia de fotos lindas. Então tudo compensa, né gente?!
Salar de Tara: paisagens incríveis no Atacama!
Esse é um dos tours mais procurados pelos turistas em San Pedro de Atacama. Daí você imagina que o Salar de Tara deve ser realmente impressionante, pra fazer tanta gente encarar os quase 4300m. de altitude, além dos 150km de distância que separam o Salar de Tara da cidade de San Pedro de Atacama. O único problema é que a dificuldade de acesso faz com que o passeio seja oferecido apenas por algumas agências, e só em alguns dias da semana.
O Salar de Tara fica dentro da Reserva Nacional los Flamencos, assim como o Valle de la Luna que visitamos no dia anterior. Mas os dois lugares ficam tão distantes entre si, que dá pra ter uma ideia de como a reserva nacional é enorme! O Salar de Tara fica na região da tríplice fronteira entre Chile, Argentina e Bolívia. Bem ali na Cordilheira dos Andes, pra ser mais exata dentro da caldeira de um antigo vulcão, chamado Vilama.
Por conta dessa particularidade geográfica, a fauna e flora do Salar de Tara são únicos. Pra deixar tudo ainda melhor, o clima e os ventos constantes na região ajudaram a desenhar formações geológicas sem igual por ali. É tanta coisa bonita pra ver, que meu maior conselho pra você é: separa um bom espaço no cartão de memória! Vai ser foto até não acabar mais!
Quanto custa o tour Salar de Tara no Atacama?
Nós fechamos o tour para o Salar de Tara com a agência BaseCamp Andes Wild Adventures (Toconao 492, San Pedro de Atacama). Pagamos 35000 pesos chilenos por pessoa. Esse é o valor com desconto, por termos fechado todo os tours com a empresa. O preço normal do tour era 45000 pesos chilenos (setembro / 2017).
Para mais detalhes, veja o post sobre os custos de viagem para o Deserto do Atacama.
O que levar para o tour Salar de Tara
Aqui vale a regra do Atacama: quando estiver sol, vai estar quente demais. Quando o sol se por, esfria muito rápido.O passeio dura o dia inteiro, e a gente chega em San Pedro já com o dia escurecendo. Mas além disso, o passeio do Salar de Tara conta com o fator altitude. Por conta disso, vai ter muito vento gelado envolvido. Então segue a lista de essenciais para levar no tour Salar de Tara.
- 1 litro de água para cada um
- lanches (o passeio dura o dia todo, mas a empresa ofereceu café da manhã e almoço)
- protetor solar, óculos escuros
- tênis e roupa confortável (pra quando estiver sol e super quente!)
- Casaco corta-vento, touca e luva (a gente pegou muito vento gelado também!)
- chapéu (ou qualquer coisa que proteja a cabeça)
- Não é cobrada entrada no Salar de Tara – só o valor que você paga na agência!
Dicas: o Salar de Tara é um das poucas atrações gratuitas no Atacama. Mas essa é uma atração que você deve visitar com guia, nunca sozinho. Os caminhos no salar não são fáceis de percorrer, e muitas vezes é preciso dirigir em caminhos de areia fofa, que exige um motorista experiente e carro preparado. Além do mais, a região é inóspita e ficar perdido durante a noite, como frio que faz no Salar de Tara, é perigo de vida! É passeio pra fazer com agência e guia, ok?
Tour Salar de Tara: como foi?
O pessoal da empresa BaseCamp nos pegou no hostel às 8:30h da manhã. Nosso grupo tinha 12 pessoas mais o motorista e uma guia. Seguimos numa van pela Ruta 23, subindo e ganhando altitude a cada novo quilômetro da estrada. Nossa primeira parada foi ainda na estrada, bem em frente ao vulcão Licancabur, o grande símbolo do Atacama. O cenário ao redor, com vegetação e o degelo do final do inverno deixou toda a paisagem espetacular. Bem ali pertinho, um outro vulcão menor, o Juriques, completava o cenário que mais parecia uma pintura!
Paramos na estrada mais uma vez, para ver bem lá longe as antenas do projeto ALMA (essa foto peguei com minha lente de maior aumento, e ainda ficou lá longe!). O ALMA é um observatório espacial internacional, bem ali no deserto. As condições climáticas do Atacama são perfeitas para observar o espaço – vimos um céu lindo no tour astronômico com a agência Space! Para quem tem interesse, dá inclusive para agendar visita guiada no Observatório ALMA aos sábados e domingos.
Nossa guia, Valentina, era incrível. Cada vez que ela avistava um animal do deserto na estrada, parava para mostrar pra gente. Vimos lhamas, vicuñas, burros, viscayas e muitos outros pequenos animais do deserto graças a ela. Fala se você ia perceber essas vicuñas camufladas na vegetação se o olhar atento da guia não mostrasse elas pra você:
Café da manhã no deserto
Nossa última parada na estrada foi para o café da manhã. O lugar escolhido era incrível, às margens da Laguna Quepiaco, um lugar lindo de doer. O café tinha pão, geléia, palta (pastinha de abacate), biscoito, chá, café, frios (salame e queijos), uma mesa farta. Esse também é o lugar onde alcançamos a maior altitude do dia, a quase 5800m acima do nível do mar. O vento gelado castigava e o café esfriava rapidinho na xícara.
Ah, aqui descobrimos uma coisa importante sobre o Salar de Tara. Não há banheiros! Somente, como dizia Valentina, ‘la madre naturaleza’. Encontre uma pedra protegida do vento, leve seu papel higiênico e sempre recolha seu lixo! 😉
Principais atrações do Salar de Tara
Voltamos pra van e seguimos nosso caminho. Em certo ponto, a gente sai da rodovia e pega uma estrada de terra, que nos leva até dentro da Reserva Nacional los Flamencos. Daqui pra frente, é só estrada de chão e sacode-sacode até o fim do passeio. Mas vale a pena!
Poucos cenários ficaram tão marcados na minha mente quanto a vista panorâmica do primeiro mirante que visitamos dentro da área da reserva. Dava pra ver a beleza e imensidão do Salar de Tara, lado a lado com seu vizinho, o Salar de Águas Calientes. Mas o grande destaque da paisagem é o paredão de pedra formado pelas Catedrais de Cinza ou Catedrais de Tara. O nome tem relação com a possível origem da formação geológica, por uma explosão de lava e cinza do vulcão Llaima, há milhares de anos.
A paleta de cores desse lugar é surreal, de outro mundo de tão linda! Seguimos na van até Monjes Blancos, outras formações rochosas bem curiosas no Salar de Tara. O labirinto de pedras brancas a amarelas é um ótimo lugar para fotografar – e para ir no banheiro na ‘madre naturaleza’.
Daqui, vamos descendo de van até onde a área do Salar de Tara propriamente dito. Nossa guia nos deixou livres para caminhar pela área. A única (e importante restrição) era respeitar os caminhos demarcados. Toda a área do Salar é zona de reprodução de flamingos, além de pertencer à área de proteção da Reserva Nacional. Todo o ecossistema do Salar de Tara é muito sensível!
Almoço no Salar e mais atrações
Encontramos nossa van numa área de estacionamento às margens do Salar de Águas Calientes. Por ali, vários grupos estavam se preparando para o almoço. Depois da caminhada, nossa refeição já estava nos esperando. Comemos salada de macarrão, batatas, carne e salada de folhas, com suco e chá. Tudo delicioso! O único contra é que apesar de todo o cuidado do pessoal da agência, com todo aquele rio não dava pra esperar uma comida quentinha. O jeito foi se fartar com o almoço um pouco geladinho no deserto, e com essa vista!
Com a barriga cheia, seguimos para conhecer mais duas atrações: os Monjes de la Pakana (também conhecidos como Sentinelas de Tara ou Moais de Tara) e a Laguna Diamante. Essas atrações ficam localizadas na planície ao lado do Salar de Águas Calientes.
A laguna é linda, mas eu fiquei mesmo impressionada com os Monjes de la Pakana. São formações de pedra que foram desenhadas pelos ventos, durante milhares de anos, e hoje se destacam na superfície do deserto. Dizem que a forma das pedras lembra o corpo de um monge.
Ok, não vi monge nenhum nas pedras… Mas elas parecem um pouco com um tipo de sentinela místicas, protegendo o Salar. Segundo a tradição, a principal formação tem o rosto de um índio (ou pode parecer com outras coisas, sem precisar de tanta imaginação!)
Deserto do Atacama dia 3: mais aventura e paisagens lindas!
Depois de ver o grande moai do Salar de Tara, começamos nosso caminho de volta para San Pedro de Atacama. A van nos deixou no estacionamento público do centro de San Pedro, depois desse dia incrível.
O Salar de Tara é com certeza aquele lugar para marcar a viagem ao Deserto do Atacama. Além dos cenários lindos, lá a gente tem um contato muito intenso com a imensidão que é o deserto. Cada nova parada é garantia de suspiros – e muitas fotos!
Mas ainda tem muito mais para você acompanhar aqui no blog sobre nossa viagem ao Deserto do Atacama. Confira o próximo post, com o passeio que fizemos no terceiro dia no deserto do Atacama: Piedras Rojas e Lagunas Altiplânicas!
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Quer saber mais sobre nosso mochilão pela América do Sul?
Veja aqui todos os posts do Fui Ser Viajante no Chile!
Veja aqui todos os posts do Fui Ser Viajante no Peru!
Olha, excelente o relato, e devo dizer que suas fotos nesse tour estão pra lá de sensacionais, parabéns! Eu achei o tour ótimo e muito bem proveitoso. Dá uma saudade do Atacama!
Olá Igor, O Atacama é realmente surpreendente.. tem lugar especial nas nossas memórias!!
Grande Abraço e boas viagens!!!