Geysers del Tatio: como é o passeio no deserto do Atacama
Nesse post, vamos te contar nossa experiência no passeio para conhecer os Geysers del Tatio no Deserto do Atacama. Esse é simplesmente o maior campo geotérmico da América do Sul e o terceiro maior do mundo!
Os Geysers del Tatio estão a aproximadamente 80km de San Pedro de Atacama e a maioria dos tours vai até lá de madrugada, porque o nascer do sol é o melhor horário para observar a atividade vulcânica.
Leia também:
– Principais passeios no Deserto do Atacama
– Onde ficar no Deserto do Atacama
Quer saber mais sobre esse passeio e pegar todas as nossas dicas para viver uma experiência inesquecível? Confira o post:
Geysers del Tatio no Atacama: como funcionam os gêiseres?
O nome Geysers del Tatio, traduzido da língua local, seria equivalente a ‘forno’ ou ‘avô’.
O campo geotérmico Geysers del Tatio está localizada na Cordilheira dos Andes e é um dos maiores do mundo (perdendo apenas para Yosemite (EUA) e Dolina Geizerov (Rússia).
Mas você sabe o que é um campo geotérmico?
Campos geotérmicos são regiões onde a liberação de calor vindo da terra é muito grande – podendo ser usada inclusive para geração de energia. O calor do centro da terra chega até a superfície, na forma de pequenos vulcões.
A água embaixo da superfície se aquece ao entrar em contato com rochas quentes e quando as condições estão adequadas, ela se transforma em vapor que emana para a superfície.
Em El Tatio existe uma área de mais de 30 quilômetros quadrados, que estão acima dos 4200 metros de altitude e repletos de formações como geysers, fumarolas e fontes termais – que impressionam de verdade.
Como é o passeio até os Geysers del Tatio
Acordar cedo, muito cedo. Sair no meio da noite, quando o frio ainda toma conta do Deserto do Atacama.
A gente (e todo mundo na van) morrendo de sono, tentando ver algum pedacinho do deserto no meio da escuridão.
Lá em cima, aquele céu estrelado que a gente só vê no Deserto do Atacama. Assim começou mais um dia de aventuras no deserto.
Chegamos na região dos Geysers del Tatio ainda no meio da madrugada, estava tudo escuro e o frio estava de matar.
Por mais que eu me aquecesse, continuava tremendo por causa dos -13oC daquela madrugada de setembro.
Caminhada pelos geysers
Nosso passeio começou ainda no escuro. Fizemos uma caminhada pelo terreno junto com nossa guia (e bióloga) Valentina, enquanto o sol começava a aparecer.
Ver o sol nascer em meio à fumaça dos geysers foi uma experiência para nunca mais esquecer – até porque tenho uma certeza que esse foi um dos frios mais intensos que já senti na vida.
Vimos geysers em erupção – uns bem pequenos e outros grandões, que jogavam um jato de água bem acima do solo!
Valentina cuidadosamente explicou desde a formação dos geysers, as bactérias termófilas que colonizam os pequenos vulcões e os diferentes tipos de geysers que se encontram no campo de El Tatio.
Depois de um bom tempo, nos deixou caminhando à vontade e voltou para a van para preparar nosso café.
A gente lutava entre a vontade de tirar fotos e o sentimento de quase-morte daquele frio insuportável em El Tatio.
Café da manhã – mais frio e o sol nascendo no deserto
Voltamos para a van – era hora do café, mas eu pensava pouco na comida e mais num chá quentinho que eu queria segurar nas mãos. Uma estratégia para esquentar o corpo de dentro pra fora.
Já não sabia mais o que fazer para melhorar a sensação térmica.
Dali da van, Valentina falou um pouco sobre o projeto de geração de energia com a fonte geotérmica de El Tatio.
Foi uma ideia fracassada do século passado, mas que deixou máquinas e construções abandonadas na região para contar uma história.
Também passamos pela piscina de águas termais, que foi usada pelos visitantes por muitos anos.
O banho nas águas termais era uma das grandes atrações do tour Geysers del Tatio, até que descobriram o alto nível de arsênico nas águas, que torna um mergulho por ali pouco recomendável.
Mesma coisa que aconteceu em Laguna Cejar, lembram?
A piscina hoje está vazia e os vestiários abandonados – e é curioso pensar no tanto de gente que tomou banho por ali, sem saber nada sobre a toxicidade das águas.
Aproveitamos mais um tempo ali, agora já com o calor do sol melhorando a sensação.
As gaivotas andinas apareceram na região do estacionamento, procurando ‘filar’ um pouquinho do nosso café da manhã – geleias, pães, pasta de abacate e outras gostosuras dos Andes.
Com o dia avançando, a gente vê menos fumaça dos mini-vulcões, mas consegue aproveitar mais a paisagem bonita ao redor e o restinho de neve da primavera que estava só começando.
Conversamos em grupo até que chegou a hora de seguir viagem.
Vado Putana
Começamos a volta para San Pedro, que prometia ainda 3 paradas no caminho.
A primeira foi em Vado Putana, a bonita região de vale às margens do Rio Putana. Por lá a natureza prevalece.
Fomos instruídos a fazer o máximo de silêncio possível, para respeitar os flamingos que estavam em época de reprodução.
Nas paredes rochosas ao redor, o silêncio também permite observar viscayas, os pequenos animais que podem ser confundidos com coelhos do deserto.
Com sorte, também dá pára ver lhamas, vicuñas e muitos outros animais do Atacama.
Mirante e animais do deserto
Valentina foi mesmo uma guia incrível. Por conta da sua formação em biologia, ela tinha verdadeiro amor pelos animais do deserto – e sabia como encontrá-los.
Paramos mais de uma vez no caminho, sempre que ela via um grupo de lhamas, viscayas ou outros animais da fauna do Atacama.
Também fizemos uma parada espetacular em um mirante às margens de um desfiladeiro do meio do deserto.
Lá de cima a gente conseguia ver a antiga trilha inca que segue lado-a-lado com o Rio Putana.
Valentina nos mostrou onde fica a região das termas de Puritama e a parada rendeu boas fotos das belezas do deserto.
Povoado Machuca
Um última parada no povoado Machuca, uma pequena comunidade que hoje sobrevive do turismo.
Música, pequenas casas super fotogênicas, uma igreja pitoresca no topo de uma colina e culinária típica são os maiores atrativos.
Aproveitamos para experimentar o espetinho de lhama, empanadas e o pastel de choclo, tradicionais do Atacama.
Uma meia hora entre música, animação local, comidinhas e fotos em lugares fofinhos, numa comunidade perdida no meio do deserto. Tem como ficar mais bacana?
Daqui voltamos para San Pedro, chegando no estacionamento central da cidade por volta das 12:30h.
Dicas para ajudar na sua visita:
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Quanto custa o tour Geysers del Tatio no Atacama?
Compramos o tour Geysers del Tatio com a agência BaseCamp Andes Wild Adventures (Toconao 492), em San Pedro de Atacama.
Pagamos CLP 18000 por pessoa pelo tour, mais CLP 10000 por pessoa para entrar em Geysers del Tatio (que é administrado pela comunidade Tatio Mallku).
Conseguimos um desconto no valor do tour com a agência, porque fecharmos todo o pacote de passeios com eles. O valor sem desconto é de CLP 20000 (setembro / 2017).
Para mais detalhes, veja o post sobre os custos de viagem para o Deserto do Atacama.
O que levar para o tour Geysers del Tatio
Esse com certeza foi o tour mais gelado que fizemos no Atacama! Tem altitude, vento gelado e um frio de matar, então vá preparado!
O passeio dura meio-dia, e chega de volta a San Pedro perto da hora do almoço. Veja a lista de essenciais para levar no tour Geysers del Tatio:
- 1 litro de água por pessoa
- lanches (o passeio inclui café da manhã)
- protetor solar, óculos escuros
- bota impermeável e roupa confortável (pra quando estiver sol e super quente, na volta!)
- Casaco corta-vento, touca e luva
- chapéu (ou outra coisa que proteja a cabeça)
- dinheiro para pagar as taxas de entrada nas atrações
Também é bom levar papel higiênico e alguns remédios para alguma emergência, lubrificante ocular e hidratante labial. E lembrar de sempre recolher todo o lixo, ok?
Quando visitar os Geysers del Tatio? Cuidados!
A dica é deixar esse tour mais para o final do seu roteiro, porque as condições são mesmo extremas e exigem que o turista esteja melhor aclimatado com a altitude e temperaturas do deserto.
Também lembre-se de tomar cuidado para respeitar as áreas delimitadas e não chegar muito perto da fumaça dos geysers.
O material tóxico realmente representa perigo de intoxicação e a temperatura das águas pode causar queimaduras sérias – e acabar com seu passeio!
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