O que fazer em Congonhas, Minas Gerais: a cidade dos profetas
O que fazer em Congonhas, Minas Gerais | Sem sombra de dúvidas, a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos é a principal atração da cidade mineira de Congonhas do Campo.
A cidade de Congonhas faz parte do circuito velho da Estrada Real, e acaba entrando no roteiro de muita gente por conta de sua atração mais famosa:
- a igreja Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, centro de peregrinação religiosa que também abriga o maior tesouro de arte barroca do Brasil: os 12 profetas de Aleijadinho.
Mas se você está planejando pegar a estrada para visitar a cidade, se prepare que tem mais. Congonhas tem outras atrações que merecem entrar no roteiro, além da deliciosa gastronomia mineira que você precisa provar.
Nesse post, vamos falar um pouco de tudo. Da igreja de Congonhas, da obra de Aleijadinho, dos outros pontos turísticos de Congonhas que você pode visitar.
Vamos nessa conhecer Congonhas MG com a gente?
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O que fazer em Congonhas MG: Principais pontos turísticos
Congonhas ficou famosa como destino de turismo religioso no Brasil. De fato, grande parte das atrações da cidade giram em torno da igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
Mas apesar da cidade ser bem pequena, a lista de atrações na cidade garante um bom passeio.
Logo na entrada de Congonhas, existe um centro de informações turísticas. Lá recebemos um folheto explicando a história da cidade e conferimos um mapa na parede, marcando os principais pontos turísticos de Congonhas.
A maioria dos visitantes chega no centro de informações perguntando como chegar no Santuário. A cidade de Congonhas do Campo é bem pequena e o caminho até a Basílica é bem fácil.
Basta seguir as placas que levam até o alto do Morro do Maranhão. A subida é impiedosa e o melhor é fazer o trajeto de carro.
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Pra quem chega na cidade de ônibus, vale procurar um táxi para evitar a subida íngreme. A maioria dos outros pontos turísticos pode ser visitado a pé a partir do Santuário. Mas vá com roupas leves e sapato confortável para percorrer as ladeiras com piso de ladrilho.
Segue a lista e o mapa da cidade, com a marcação dos pontos turísticos de Congonhas MG que vamos falar nesse post:
1 – Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Claro que essa lista tinha que começar pelo Santuário que a estrela dos pontos turísticos de Congonhas.
A chegada ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos é discreta. A pequena área de estacionamento fica na parte de trás da igreja. Por ali, se misturam os carros de turistas e os cavalos dos romeiros.
O estacionamento dá acesso ao adro, uma espécie de pátio que circunda toda a igreja. É na parte da frente desse adro que estão os famosos 12 profetas de Aleijadinho.
Mas chegaremos lá depois. Primeiro, vamos conhecer a igreja e a Sala dos Milagres, que ficam uma de cada lado do adro lateral.
Sala dos Milagres ou Ex-Votos
Primeiro, entramos na Sala dos Milagres ou Sala dos Ex-votos, do lado direito do adro. Trata-se de um espaço de devoção, onde os fiéis que receberam graças vem prestar sua homenagem na forma de um ex-voto.
Confesso que nunca tinha ouvido falar em ex-voto, e fiquei bem impressionada com a sala. Repleta de quadros, esculturas ou outros objetos, pedaços da história de tanta gente. Agradecimentos por graças, orações por almas.
Impressionante e até um pouco assustador. Além dos quadros, a sala está repleta de depoimentos de milagres, histórias (bonitas e tristes) e pedidos de oração. Pertences ali depositados há mais de um século, testemunhando a fé de um povo.
Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Quando sair da sala dos milagres, entre na Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas pela porta lateral.
Já fazem alguns anos que a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos vem passando por um longo processo de restauração, por isso a porta principal está fechada há muito tempo.
A reforma também atrapalhava um pouco a visão perfeita do lado de dentro da igreja. Quando visitamos (dezembro 2017), alguns detalhes da arquitetura só podiam ser vistos de relance.
Por exemplo, a nave única que dá corpo ao santuário e o coro sobre a porta de entrada principal estavam cobertos por panos e andaimes.
Já o altar-mor com seu majestoso arco monumental estava livre para ser admirado.
No teto, as pinceladas de João Nepomuceno Correia e Castro deram vida a uma linda obra que retrata a glorificação de Jesus no céu ao lado de Deus Pai.
Retoques no forro da nave da Igreja foram obra do mestre Ataíde, outro grande nome do barroco-rococó brasileiro.
Duas imagens do Bom Jesus de Matosinhos chamam atenção no altar: uma no alto da cruz, outra num caixão de vidro no chão.
A imagem de Bom Jesus de Matosinhos tem características únicas, que a diferenciam de qualquer outra imagem da fé católica.
Os pés estão crucificados separados, a veste que cobre o quadril e as pernas tem um lado mais comprido que o outro. E o principal: os olhos, que apontam um para o céu e outro para a terra, ligando os homens a Deus.
Numa das restaurações em Congonhas, uma das imagens do Bom Jesus perdeu essa característica marcante dos olhos que apontam para diferentes direções. Um detalhe que, curiosamente, deixa essa imagem e essa igreja no interior de Minas Gerais ainda mais marcante e especial.
Não é permitido tirar fotos no interior da Basílica. Mas é impossível esquecer a beleza nos detalhes do interior dessa igreja, local de uma das mais importantes peregrinações de fé no Brasil (e no mundo).
Consegui fotografar uma foto do teto da igreja no Museu de Congonhas, para ilustrar aqui:
2 – Os 12 profetas de Aleijadinho
Chegamos enfim na frente da igreja. É difícil descrever o encanto de ver aquele bonito frontão, também trabalhado em pedra-sabão, que já vinha inaugurar o estilo rococó que seguiria em voga pelos anos seguintes no Brasil.
E lá estão eles, ao longo do parapeito e escadarias: os 12 profetas de Aleijadinho, verdadeiras obras de arte em pedra-sabão.
As 12 estátuas estão dispostas de forma que os profetas parecem estar envolvidos numa animada conversa nas escadarias. O diálogo parece ter ficado acalorado, convidando a todos a subir o Morro do Maranhão e visitar o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
As estátuas dos doze profetas de Aleijadinho são nada menos que as obras-primas do maior artista do barroco brasileiro. Expressões, detalhes da arte esculpida na pedra, tudo impressiona.
Os 12 profetas de Congonhas foram esculpidas quando Aleijadinho já estava muito doente, debilitado por uma doença que deformou suas mãos.
Mesmo com a deficiência física, o gênio não foi interrompido. Aleijadinho seguiu esculpindo com habilidade e uma dose de criatividade também.
O mestre tirou vida da pedra, mas teve o cuidado de esculpir estátuas que, fisicamente, não se parecem com nenhum retrato dos santos católicos da igreja de influência europeia.
Os 12 profetas são inteiramente originais. Em nenhuma outra parte do mundo você encontrará imagens similares representando as figuras conhecidas de Isaías, Jeremias, Baruque, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Abdias, Amós, Jonas, Habacuque e Naum.
Profetas nascidos na mente de Aleijadinho e trazidos à vida em pedra-sabão – os profetas de Congonhas.
Por conta dessa diferença para as imagens “tradicionais”, por muitos anos os profetas de Aleijadinho em Congonhas foram considerados horrendos, de mau gosto. Uma verdadeira ofensa à arte da escultura religiosa clássica.
Mas veio o modernismo, veio a mente mais aberta dos artistas da Semana de Arte Moderna de 1922.
E a partir dali, o gênio de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, ganhou o merecido reconhecimento, não só no Brasil, mas no mundo todo.
Passeie entre as estátuas. Procure as expressões marcantes de Daniel, a maior de todas as estátuas. Ele guarda a entrada do adro do lado esquerdo de quem olha para a igreja.
Com seu olhar distante, parece consciente de sua força enquanto ostenta uma coroa de louros pelas suas glórias. Agora olhe seu vizinho, Jonas, que descansa nos muros que formam o parapeito de entrada do adro à esquerda.
A cabeça voltada para os céus e na parte posterior uma marcante silhueta de baleia, com referência direta a sua história na Bíblia. Essas duas estátuas são as mais imperdíveis do conjunto: Daniel foi executado pelo gênio de Aleijadinho sem qualquer ajuda.
Há vertentes que defendem que o mesmo aconteceu com Jonas. O fato é que essas são as únicas estátuas monolíticas, esculpidas somente com uma pedra, do começo ao fim.
As outras 10 estátuas certamente foram esculpidas em trabalho conjunto com ajudantes do seu ateliê. Mas em todas elas Aleijadinho colocou sua marca, seu gênio, sua assinatura: expressões fortes, referências à trajetória de cada profeta.
Até a precisa localização de cada estátua foi pensada de modo a organizar profetas maiores e menores. Os gestos e posições de cada obra foram meticulosamente planejados, dando vida a um diálogo de estátuas que parecem conversar entre si.
Uma obra-prima em doze atos. Genial.
Ah, não esqueça: é ali da borda do adro da igreja, lado a lado com as estátuas de Aleijadinho, que você vai conferir uma das vistas mais privilegiadas de Congonhas!
3 – Capelas dos Passos da Paixão
Descendo as escadarias da igreja, passe pelo jardim de palmeiras imperiais. Vá direto até o final do terreno onde está o antigo portão de entrada do santuário.
Olhe para cima do Morro do Maranhão e tenha a primeira visão da obra completa, a igreja com seus 12 profetas no adro. Aposto que isso vai te arrancar um suspiro!
Agora comece a caminhar até a igreja e preste atenção ao redor. Você está no Jardim dos Passos. Ali, verá as 6 capelas dos Passos da Paixão espalhadas pelo jardim de palmeiras.
Uma tradição largamente difundida na fé católica, que você vai encontrar em muitas cidades do interior de Minas. As capelas dos passos são pontos de parada para as procissões católicas de sexta-feira santa.
Em Congonhas, como o complexo do Santuário está localizado em um monte, as capelas reproduzem a ideia de subida penitencial até o monte sagrado.
As pequenas capelas dos passos de Congonhas guardam um grande tesouro. Elas foram construídas bem depois da igreja.
Abrigam 64 esculturas em cedro que representam a Via Sacra, esculpidas pelo próprio Aleijadinho e seus ajudantes no ateliê, e pintadas pelo Mestre Ataíde e outros artistas.
A primeira capela, no pé do morro, foi a primeira a ser construída e a única planejada por Aleijadinho.
Ela retrata a Santa Ceia, com 12 apóstolos ao redor da mesa, Cristo ao centro e dois criados nas laterais. É um dos cenários mais bonitos, pelas expressões dos personagens.
Em seguida, passe para as outras capelas. Suba os degraus antigos de pedra gasta pelos passos dos que vieram antes de você. Visite a capela do Horto, onde Jesus sofre sua agonia no Horto das Oliveiras.
Depois a capela da Prisão, com a cena do milagre de Jesus depois que Pedro feriu a orelha do soldado romano. A quarta capela divide duas cenas: a flagelação de Jesus e a sua coroação de espinhos.
Em seguida temos a capela do carregamento da cruz, e por último, a capela da crucificação.
Percorrer o caminho das Capelas dos Passos da Paixão é emocionante, além de muito bonito. Um dos pontos turísticos de Congonhas que não podem ficar fora de um roteiro de arte e fé.
Pela sua importância histórica, cultural e arquitetônica, o complexo das Capelas dos Passos da Paixão no Jardim dos Passos e do Santuário Bom Jesus de Matosinhos na cidade de Congonhas foi tombado pela UNESCO em 1985, passando a ser considerado Patrimônio Cultural da Humanidade.
4 – Romaria
Desça a Alameda Cidade Matozinhos de Portugal (antiga Alameda das Palmeiras, principal avenida da cidade de Congonhas), em direção ao prédio da Romaria.
Historicamente, esse lugar era usado desde 1770 para abrigar os romeiros pobres, que vinham para Congonhas para celebrar o Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, celebrado entre 7-14 de setembro.
Na década de 1930, o terreno foi utilizado para construir o prédio da Romaria. Trata-se de um imenso pátio circular em formato de arena, cercado por casas baixas que funcionavam como uma pousada.
As famílias de romeiros se abrigava na Romaria durante as festividades do Jubileu, pagando um valor simbólico para a época, 5 mil réis.
A estrutura foi desativada pela administração do Santuário durante a década de 1960. O terreno da Romaria acabou sendo vendido para um grupo de empresários do Rio de Janeiro, que queria aproveitar o espaço para construir um hotel.
A obra nunca foi realizada, mas infelizmente o prédio original foi demolido em 1968. Do original, só restaram as duas torres da entrada da Romaria de Congonhas, ligadas por um arco.
A construção que vemos hoje é resultado de um projeto de revitalização da memória da cidade de Congonhas, que durante a década de 1990 tentou reproduzir a estrutura original da Romaria no mesmo lugar onde ela existia antes.
A arquitetura é inspirada nas Capelas dos Passos da Paixão, e hoje no local funcionam órgãos da administração pública e instituições associadas ao turismo e à cultura, visando manter a preservação da história de Congonhas.
Em uma das torres, funciona a Diretoria de Turismo, com um centro de informações turísticas.
5 – Museu de Congonhas
No caminho entre o Jardim dos Passos e a Romaria, você vai passar por outro grande ponto turístico de Congonhas: o Museu de Congonhas.
A arquitetura moderna faz contraste com os prédios históricos e não deixa o Museu de Congonhas passar despercebido dos viajantes.
Recomendo muito a visita, o Museu de Congonhas é imperdível para quem gosta de história e quer aprender mais sobre a cidade e a obra de Aleijadinho.
A entrada é paga (R$10,00, atualizado em agosto 2019). A visita começa relatando a história de Congonhas como destino de peregrinação. Foi ali que aprendi muito sobre como a devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos chegou ao Brasil.
Também há espaço para a história da construção da igreja de Congonhas e muitas informações sobre as obras de Aleijadinho e o processo de conservação das estátuas ao ar livre.
Uma atração imperdível em Congonhas, na minha opinião!
6 – Lojas de artesanato em Congonhas
Passamos um bom tempo subindo e descendo as ladeiras de Congonhas. Com um sapato apropriado para andar no chão de pedra e um bocado de curiosidade, você pode encontrar muitas curiosidades pelas ruas de Congonhas do Campo.
Um bom exemplo é o pequeno Beco dos Canudos, bem ao lado do complexo do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.
O beco está repleto de casarões, cada um abrindo as portas para pequenos comércios de artesanato local. Vale subir a ladeira da rua e visitar as lojinhas!
7 – Gastronomia mineira
Apesar de pequena, Congonhas tem muito charme. Nós aproveitamos para almoçar nos restaurantes ao redor do santuário. Na rua Praça do Santuário, há um restaurante de comida mineira dentro do Hotel Colonial Cova do Daniel.
Descendo a rua, na esquina quando ela muda de nome e vira Rua do Aleijadinho, há o Restaurante Casa da Ladeira. Fomos atraídos pelo bonito casarão e pelo cheiro que escapava pelas janelas, e entramos!
Em dezembro de 2017, o preço único era de R$25,00. Por esse valor você se servia à vontade (e repetia à vontade) com vários pratos deliciosos da cozinha mineira. Tudo delicioso e borbulhando em um fogão a lenha.
A sobremesa (dois tipos de doce e um pedaço de queijo) custou R$6,00.
8 – Museu da Imagem e Memória de Congonhas
Em um bonito casarão histórico (antiga casa dos Fonseca), na Rua do Bom Jesus em Congonhas (historicamente conhecida como Rua da Ladeira), você vai encontrar o segundo museu da cidade, com entrada gratuita.
O Museu da Imagem e Memória de Congonhas é pequeno e simples. Nos seus dois pavimentos, o acervo traz peças históricas e fotos que contam sobre a história da cidade, bem como de pessoas simples e personalidades que nasceram em Congonhas.
9 – Matriz de São José Operário
Descendo a ladeira da rua do Bom Jesus, se afastando um pouco do centro histórico de Congonhas, você vai encontrar a Igreja Matriz de Congonhas, abençoada por São José Operário.
A igreja fica pertinho do Museu da Imagem e Memória de Congonhas e é tombada pelo patrimônio histórico. Sua construção começou em 1817, mas acredite: ela só foi terminada nos primeiros anos do século 20.
Tem estilo neoclássico e interior bem simples. Suas torres arredondadas lembram a igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto.
10 – Igreja da Conceição e Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos
Já falamos de uma igreja pra Jesus (Santuário do Bom Jesus de Matosinhos), uma Igreja para São José (Matriz de Congonhas), e para completar o eixo histórico com a Sagrada Família de Congonhas, precisamos citar as duas igrejas da cidade dedicadas à Nossa Senhora.
As duas ficam mais afastadas do centro e pegar o carro para ir até lá pode ser uma ideia.
A Matriz da Conceição fica na Praça Sete de Setembro e foi construída no século 18. A capela-mor é dourada e o frontispício é obra de Aleijadinho.
Conta a lenda que essa igreja foi construída sem autorização da Coroa Portuguesa, por isso foi terminada em tempo recorde para evitar que as obras fossem interrompidas. Dizem que o alicerce foi todo feito em um só dia.
Já a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi a primeira igreja construída na cidade de Congonhas. Erguida por escravos no século 17, tem a arquitetura mais simples entre as igrejas de Congonhas.
Era utilizada pelos próprios escravos, que não podiam entrar nas “igrejas de brancos”.
11 – Parque Ecológico da Cachoeira
Nem só de turismo religioso e cultural vive Congonhas MG. Um dos grandes atrativos na cidade atende locais e turistas que querem contato com a natureza.
O Parque Ecológico da Cachoeira tem uma estrutura surpreendente. Seja para passar o dia ou curtir as piscinas de água natural, cachoeira e área verde por algumas horas, vale dar uma passada por lá.
Além das belezas naturais, o parque ainda oferece banheiros, lanchonete, quadra cimentada, campo de futebol e churrasqueiras. Quem quer acampar ainda conta com área para barracas e traillers.
No domingo e feriados, o local fica mais cheio com o pessoal de Congonhas. Nos outros dias (terça a sábado), dá pra curtir tudo com mais tranquilidade.
O que saber antes de ir a Congonhas?
Como chegar em Congonhas do Campo?
Saindo de Belo Horizonte, para chegar em Congonhas basta seguir pela BR 040, sentido Rio de Janeiro.
Saindo de São Paulo, siga pela BR 381, sentido BH, até o trevo de Lavras. Então pegue a BR 265 até Barbacena, e de lá pegue a BR 040 (sentido BH) até Congonhas.
Saindo do Rio de Janeiro, basta seguir pela BR 040 (sentido BH) até Congonhas.
Quando ir a Congonhas MG?
Congonhas é um destino que dá para visitar o ano inteiro. Atenção: na época do verão, o calor aumenta – e as chuvas também.
Vale lembrar que de 7 a 14 de setembro acontece o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos, quando a cidade fica repleta de romeiros. Visite nessa época somente se você pretende ver a festa acontecendo, mas se planeje com antecedência.
A melhor época (clima e luminosidade) para fotografar o conjunto arquitetônico vai de abril a julho.
O que levar?
Roupas confortáveis e sapatos para caminhar nas ruas de pedra e ladeiras. E a máquina fotográfica, claro!
Onde se hospedar em Congonhas?
Congonhas não tem muitas opções de hotéis e pousadas, por isso se pretende pernoitar na cidade, vale reservar com antecedência.
História (e as lendas) da igreja de Congonhas
Você pode estar curioso como essa pequena igreja do interior se tornou um dos maiores centros de peregrinação do Brasil. Bem, essa história começa lá em Portugal.
Conta a lenda que um crucifixo talhado da própria cruz de Cristo foi encontrado na praia de Matosinhos, em Portugal, no ano de 124 d.C.
Uma igreja foi construída na cidade portuguesa para abrigar essa imagem e a devoção cresceu em toda a região norte de Portugal.
Com a colonização, o culto veio para o Brasil. Muitas cidades brasileiras escolheram o Senhor Bom Jesus de Matosinhos como padroeiro.
Mas entre todas, Congonhas do Campo se tornou a mais famosa, abrigando um importante centro de peregrinação no interior de Minas Gerais.
Congonhas e Aleijadinho
A história da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos na pequena Congonhas começou em 1757. O português Feliciano Mendes decidiu colocar uma cruz no alto do Morro do Maranhão.
Era um agradecimento ao Bom Jesus de Matosinhos de quem era devoto. O tempo foi passando e a fé no Senhor Bom Jesus de Matosinhos foi se propagando na região.
Foi autorizada a construção de uma igreja no alto do morro. Nomes como Mestre Ataíde e Aleijadinho tiveram papel essencial na execução da obra que se tornou um dos mais importantes templos da arte barroca brasileira.
Uma imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinhos foi encomendada diretamente em Portugal, o que deu ainda mais prestígio ao santuário no interior de Minas Gerais.
Hoje o complexo que reúne a Basílica e seus arredores é o maior orgulho de Congonhas. A cidade detém a maior coleção de arte barroca do Brasil. Um convite aberto a todos que apreciam arte brasileira, ou uma boa história sobre a fé de um povo.
Vale a pena conhecer Congonhas?
Se você é um admirador da arte (e da fé) do povo brasileiro, a resposta é sim!
Em Congonhas, Aleijadinho conseguiu a expressão máxima da sua arte. Como disse Carlos Drummond de Andrade, “Esse mulato de gênio lavrou na pedra-sabão todos os nossos pecados”.
Também já disseram que é em Congonhas que encontramos a Bíblia talhada em pedra e cedro, e eu não discordo. Foi lá também que Mestre Ataíde “pintou a vida com cores da alma”.
Eu queria dizer mais coisas sobre o sentimento dessa viagem, mas acho que nada mais que eu diga vai se equivaler ao sentimento de ver essas obras ao vivo.
“Os profetas falam… Pétreas palavras hão de dizer-me. Mas falam! E suas profecias escorrem ladeira abaixo, e inundam a alma dos homens e o coração do mundo…”
Pra mais informações, visite o site oficial do Turismo em Congonhas MG.
Ao ler o seu post, dei por mim a cogitar em quantos génios tinham limitações físicas que interferiam com a sua arte… Beethoven que perdeu a audição, o Aleijadinho que foi vendo as suas mãos tornarem-se inutéis, Portinari que se foi auto-envenenando com as tintas que usava para pintar. E, no entanto, nenhum deles cedeu à facilidade e desistir.
Nós hoje beneficiamos dessa perseverança, quando desfrutamos das suas belíssimas obras de arte. Conheci o trabalho do Aleijadinho em Ouro Preto mas nunca passei em Congonhas. Esse tipo de apresentação escultória nas escadarias de acesso a um santuário é muito comum aqui em Portugal. Acho até que já não tenho essa capacidade de me deslumbrar com a arte religiosa que vc revela no seu belo texto.
Desconhecia a devoção desse Bom Jesus de Matosinhos que, no final das contas, não fica muito longe da minha cidade. Um dia destes remedeio a falha.
Beijinho querida
Muitos artistas mesmo, Ruthia! Lembro de um filme que vi de Monet – como se o corpo fosse embora, mas a mente criativa está lá, intacta. Muitos superam ainda as dores e debilidades e conseguem produzir tanto! Muitos chegaram no ápice da criação exatamente quando o corpo não era o mesmo, como foi com Aleijadinho em Congonhas.
Espero que você conheça a cidade qualquer dia. E espero que te emocione e surpreenda ainda que um pouco ver essas obras-primas dispostas num adrio de uma igrejinha de uma cidade tão pequena do interior. Espero também conhecer cada cantinho e cada igreja e cada adro de Portugal – ando caida de amores, doida pra conhecer teu país!
E por fim, espero que me contes como é essa igreja de Matosinhos, que fiquei muito curiosa!