Castelo Garcia D’Ávila, na Praia do Forte BA: como é a visita às ruínas
Uma boa opção de passeio de 1 dia saindo de Salvador é ir até o município de Mata de São João (aproximadamente a 80km de Salvador), para conhecer a Praia do Forte e também as ruínas do Castelo Garcia d’Ávila.
O Castelo Garcia D’Ávila foi o único castelo medieval do Brasil e fica bem pertinho da praia, por isso é perfeitamente possível conhecer as duas atrações em um dia, num bate e volta saindo de Salvador.
Leia também:
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– Conheça a gastronomia afro-brasileira
Para conferir todas as dicas de como fazer esse passeio, além de conhecer detalhes sobre a história do único castelo medieval do Brasil, confira nosso post:
Castelo Garcia d’Avila: o que saber antes de ir
Onde fica o Castelo Garcia d’Ávila?
O Castelo Garcia d’Ávila fica na Avenida do Farol, 1540 – Praia do Forte, no município de Mata de São João – BA.
É bem perto da vila e da Praia do Forte, cerca de 3 km de distância.
Como chegar no Castelo Garcia d’Ávila saindo de Salvador?
A melhor maneira de viajar de Salvador para o Castelo Garcia d’Ávila na Praia do Forte é de carro.
Dirigir de Salvador para Praia do Forte leva cerca de 1:30h a 2 h, dependendo do trânsito. A rota mais direta é seguir pela Estrada do Coco (BA 099).
Logo ao sair da BA-099, você vai ver uma placa indicando o caminho para o castelo no lado direito da via. Siga esta estrada por 2km até chegar na guarita de acesso.
Atenção: Parte do caminho é feito em estrada de chão. Ao chegar no Castelo Garcia d’Ávila, há um amplo estacionamento disponível para os visitantes.
O que eu sempre faço para alugar carro nas viagens é usar o site da RentCars para fazer uma comparação dos preços das locadoras locais.
O que o site faz é uma cotação gratuita, deixando mais fácil descobrir qual a opção de aluguel de carro com melhor custo-benefício.
A partir daí, é possível fazer a reserva do carro antecipada e sem taxas extras.
Qual o valor para entrar no Castelo Garcia D’Ávila? Qual o horário de funcionamento?
A visita ao Castelo Garcia d’Ávila custa R$ 36,00 por pessoa e o ingresso pode ser comprado antecipado no site da Fundação Garcia d’Ávila.
A visitação funciona de terça a domingo, das 10h às 18h. O castelo não recebe visitantes às segundas.
Para mais informações, o telefone de contato é (71) 98791-5170.
Qual é a história do Castelo Garcia D’Ávila?
A história do Castelo Garcia D’Ávila, ou Castelo da Torre, começou entre 1551 e 1624, quando a construção foi erguida por ordens de Garcia D’Ávila.
Garcia d’Ávila era almoxarife do primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa, que desembarcou na Bahia em 1549 para fundar a cidade de Salvador.
O castelo se tornou uma das primeiras grandes edificações portuguesas em território brasileiro.
Este foi também o único castelo construído em estilo medieval em todo o continente americano.
O Castelo Garcia D’Ávila serviu a propósitos militares e residenciais por mais de 300 anos.
Ele foi a sede do maior latifúndio que se tem notícia no mundo, englobando 800 mil quilômetros quadrados de terras – de Salvador até o Maranhão.
O castelo foi habitado até 1835, quando foi abandonado pelos descendentes da família Ávila, que retornaram à Europa.
Hoje, o Castelo Garcia D’Ávila continua sendo propriedade particular, pertencendo à Fundação Garcia D’Ávila.
Como é a visita ao Castelo Garcia D’Ávila
Visitamos o castelo num domingo a tarde e o lugar estava bem vazio quando chegamos. Além do nosso carro, apenas mais dois veículos estavam parados no estacionamento.
Entramos no centro de visitantes e a sensação de vazio continuava.
Procurei alguém para dar informações ou entregar algum panfleto, mas não tinha ninguém. Só encontramos um rapaz sentado num canto, parecia um segurança.
Já que não tinha ninguém para dar informações, partimos para explorar o local por conta própria.
Centro de visitantes do Castelo Garcia D’Ávila
O centro de visitantes tem uma pequena estrutura. No hall principal, há uma maquete representativa do castelo e também algumas placas explicando a história do Castelo Garcia D’Ávila.
Também há algumas pequenas salas, com amostras de ossadas e pequenos utensílios que foram encontrados nos estudos arqueológicos do castelo, como louças e talheres.
A pena é que só podíamos olhar através de uma vidraça, porque fica tudo trancado numa sala que os visitantes não têm acesso.
Ruínas do Castelo Garcia D’Ávila
Saindo do centro de visitantes, seguimos por um caminho pavimentado rodeado de palmeiras para chegar às ruínas.
Um caminho bem bonito!
Foi justamente aqui que comecei a amar este lugar: uma mistura de história com natureza e uma linda vista para o mar.
Não dá pra visitar as ruínas sem imaginar tudo que já foi vivido ali, no comecinho do Brasil Colonial.
Passamos por uma gameleira com mais de 100 anos, impressionante como a planta ainda está tão frondosa, com uma sombra enorme e acolhedora.
Imagina quanta gente já aproveitou essa sombra ao longo dos anos?
No fim da rampa, olhamos para o castelo Garcia D’Ávila de frente.
Vemos uma cruz bem antiga em primeiro plano, a capela de Nossa Senhora da Conceição (pintada de branco) à direita e as ruínas do Solar de Garcia D’Avila, sede principal do castelo, à esquerda.
Ao redor dessa construção principal, existem ruínas de construções secundárias à sede do castelo.
Muitas dessas ruínas ainda estão sendo estudadas.
A torre do castelo Garcia d’Ávila
A famosa torre que rendeu nome de Castelo da Torre à propriedade, hoje nem existe mais. Ela ficava atrás da capela (dá pra ver na maquete do castelo).
Acredita-se que uma fogueira era acendida no topo dessa torre como sinal de comunicação.
A capela Nossa Senhora da Conceição
Existe uma grande diferença entre o estado de conservação da capela e das ruínas.
Isso porque a comunidade local continuou a utilizar a capela mesmo após o abandono do castelo, fazendo várias reformas em sua estrutura ao longo dos anos.
Solar Garcia D’Ávila
Nas ruínas do solar principal, foram feitas várias adequações para possibilitar a visitação e conservação.
Parte dos degraus que davam acesso aos pisos superiores e o próprio piso do andar superior do castelo foram severamente prejudicados pelo tempo.
Para possibilitar a visita a esse pavimento, onde antigamente ficavam os cômodos mais nobres do castelo, foram colocadas passarelas e escadarias de ferro.
Apesar do metal parecer já estar sofrendo os efeitos do clima e maresia, a estrutura ainda suporta bem a passagem dos visitantes.
Tudo foi pensado de modo a não danificar as ruínas que sobreviveram ao tempo, e valeu a pena.
E o bônus: a vista lá de cima é encantadora!
As janelas também foram reforçadas com estruturas de aço para sustentação.
No térreo, o piso foi rebaixado para colocação de placas de metal para que os visitantes pudessem caminhar pelas ruínas sem danificar o piso original.
Infelizmente, boa parte dessa estrutura já está danificada e parte dos espaços do térreo não estão mais abertos para circulação de visitantes.
Os arcos do Castelo Garcia D’Ávila
Os arcos são a principal estrutura arquitetônica do Castelo Garcia D’Ávila.
A melhor visão dos arcos preservados pode ser conseguida tanto na lateral esquerda das ruínas quanto nos fundos da edificação.
Castelo Garcia D’Ávila é um patrimônio histórico
O Castelo da Torre foi tombado em 1938. Mesmo assim, o local foi explorado e modificado desde então.
Por exemplo, houve uma tentativa de reconstruir a estrutura arquitetônica inicial.
Mas o projeto não foi muito bem pensado. Eles fizeram uma intervenção, acrescentando arcos de fibra de vidro para reproduzir a antiga estrutura de arcos de pedra da sala contígua à Capela.
Esse tipo de intervenção não pode ser feita em construções tombadas, porque representam uma interferência de material e de técnica de construção dentro da estrutura original.
Em 2002, houve um processo de restauração dirigido pelo IPHAN. Foi feito todo o trabalho para preservação das ruínas do monumento respeitando suas características iniciais. Ou seja, retiraram todos os tais arcos acrílicos.
Vale a pena visitar o Castelo Garcia D’Ávila?
Gostamos bastante da visita ao Castelo do Forte, especialmente pela importância histórica do lugar.
A beleza natural também conta muito, o lugar tem uma paz fantástica. Infelizmente sentimos muita falta de alguém para fazer a recepção dos visitantes e dar informação.
Seria muito legal se a Fundação Garcia D’Ávila providenciasse um guia para nos receber e contar mais particularidades da história do castelo.
Quer continuar explorando? Saiba mais sobre a Praia do Forte e outros destinos na Bahia
Nós ficamos pouco tempo na região, e acabamos apenas dando uma volta na vila e na praia do Forte.
Se você tem mais tempo, indico o blog O Diário de uma Viajante. Lá tem um post bem legal sobre o que fazer na Praia do Forte, vale a pena ler para saber sobre outras atrações na região.
Aqui no blog temos uma série de posts nossa viagem de carro pela Bahia. Foram 22 dias explorando destinos como Santo André, Porto Seguro, Arraial d’Ajuda, Caraíva, Trancoso e muito mais.
Confira o post com todas as dicas para um roteiro de carro pelo sul da Bahia e planeje sua viagem!
Mas a Bahia ainda tem muitos outros destinos incríveis, como a própria Salvador, ou alguns que não chegamos a conhecer ainda, como Morro de São Paulo.
Definitivamente a Bahia não é um destino de uma viagem só, e ainda vamos voltar muitas vezes nesse estado maravilhoso.
Por falar nisso, queremos saber: qual é seu destino dos sonhos na Bahia? Comenta aqui pra gente, queremos saber!
Tive o prazer de visitar o Castelo , um lugar fora do normal senti falta de um um guia turístico, para saber um pouco da história do Castelo Garcia d’Ávila, mas através desse post , conseguir entender um pouco mais da história, muito top esse post
É lamentável, um país com o Brasil, com tantas riquezas culturais, não tem um menor prezo por estas. Patrimônio históricos que eram para ser preservados ficam de ruínas em ruínas como se nada representassem. O passado, principalmente para grande parte que está na vida pública enquanto mando, é simplesmente o passado. Ocorre muito pelo contrário em outros países que é a valorização e preservação. É de fato não só terceiro mundo enquanto econômico, mas também nas ideias.
Obrigada por visitar minha cidade Matense amada, e poder divulgar um pouco sobre a importância histórica da mesma. Mas infelizmente é pouco divulgada essa informação sobre esse passeio maravilhoso e encantador ao Castelo da Torre. Tenho certeza que muita gente gostaria de visitar um lugar como esse, e conhecer um pouco da História do nosso Brasil.
Oi Barbara, nós adoramos conhecer o Castelo Garcia D’Ávila e temos recomendado para vários de nossos amigos quando vão visitar a Bahia.
É realmente uma pena que vários dos nossos sítios históricos sejam tão pouco aproveitados e divulgados.
Obrigado pelo comentário e boas viagens
Nossa, nunca entrei no castelo e já passei por perto algumas vezes. Ótima dica para a próxima vez que eu estiver por lá. Adorei!
Boa visita entao, pessoal! Aproveitem que é lindo e super diferente de tudo que se faz na região!
Que lugar lindo. Sempre ouvia falar da Praia do Forte e do famoso projeto Tamar e nunca li nessa possibilidade de passeio, Ótima dica pois iremos em abril do ano que vem.
Entao aproveita para conhecer o castelo brasileiro, Flávia 🙂
Nunca tinha ouvido falar e acho que muita gente também não, parece que tinha só vocês no castelo hhahahahah visita quase fantasma!
Tinha quase só a gente mesmo! No máximo mais umas 4 pessoas por lá! Uma pena que seja tão pouco visitado 🙁
Que legal! Eu nunca tinha ouvido falar desse forte, apesar de já ter viajado pela região. Adorei a dica! Suas explicações foram ótimas 😀 E essa maquete, que coisa mais linda? Sou a doida das maquetes! hehehe
hahaha também sou a doida das maquetes, das histórias, dos lugares lindos como esse Castelo! Eu dei a sorte de ler sobre ele na semana que fui pra lá, então foi assim que conheci. Mas antes disso, não tinha a menor ideia da existência dele, o que é uma pena né? Podia ser bem mais visitado se tivesse divulgação!
gosto muito desses passeios históricos pra tentar imaginar como era viver naquela epoca! esse lugar eu nao conhecia, achei liiinda demais aquela figueira!!
Maravilhosa, né? E enormeeee! Fiquei impressionada com ela também,e com as historias todas que ela já viu por ali!
A Praia do Forte é muito bonita, mas não conhecia esse valor histórico. Que bom que o lugar está preservado e os visitantes podem aprender sobre a história local.
Legal, né Fabiola? Eu me surpreendi também, e adorei conhecer um castelo aqui no Brasil 🙂
A gente pensa que história só tem fora do Brasil, que nada!!! Adorei.
Tem história demais por aqui, Andrea! E a gente vai viajando e descobrindo! beijinhos!
Nossa… q maximo! Ja estive varias vezes em PF e nao conheci esse lugar!
A gente deu sorte de ler sobre ele bem na época da viagem. Merecia muito ser mais divulgado, né?
Oi Klécia… acredita que vou à Praia do Forte desde sempre e NUNCA entrei no Garcia d´Ávila?! Sempre levamos amigos, eles entram e ficamos do lado de fora esperando! 🙂 Agora já sei como ele é por dentro! Obrigada!!!!! 🙂 beijos Ana
Eu gostei tanto dessa visita, Ana! Eu sou maluquinha por história né? Sabendo que tinha um castelo ali pertinho, fui logo ver como era! Acho que podia ser bemmm mais explorado e divulgado, mas valeu pelo conteúdo histórico – e lindas paisagens – da visita!
Klecia , hoje em programa de T.V vi alguma coisa sobre o Castelo e logo fui checar na internet. Achei incrivel, e olha, talvez por fazerem tanta propaganda da Bahia, nao tinha muita vontade de la ir nao. Agora depois de ver as suas postagens sobre o castelo ja estou querendo ir a Bahia, sera porque tao pouca divulgacao sobre historia e cultura neste pais , parabens otima reportagem. Anselmo de BH, MG.
Anselmo, se você gosta de história, é certeza que o lugar vai mexer com o seu coração como mexeu com o meu. É como se séculos de vida ainda pudessem ser sentidos nas antigas pedras que permanecem em pé no Castelo Garcia D’Ávila. Tenho que te dizer que a Bahia me surpreendeu. Tive mais identificação com a parte fora do circuito turístico, especialmente cultura e arte que são muito fortes por lá – embora pouco divulgadas. Tive bons dias em Salvador e arredores e pretendo voltar um dia, para continuar explorando o lado B de Salvador. Obrigada pela visita e pelo gentil comentário! Volte sempre 🙂